Diferenciar as ameaças que voam com o Aedes aegypti é um desafio para os médicos e até mesmo para quem sofre com as diferentes doenças que o mosquito pode transmitir. Os primeiros sintomas de dengue, zika e chikungunya são clássicos de uma virose. “É a resposta do organismo à infecção viral. E ele responde igual a todos os três vírus. São necessários de cinco a seis dias para a pessoa diferenciar um do outro. No caso da dengue, ele é extremamente agressivo, com febre e dores pelo corpo. Esse é o mais preocupante, pois mata. O zika, tirando a relação com a microcefalia, é o mais brando, causa menos sintomas, nem dá febre.
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Vacina contra a dengue não desliga o alertaNúmero de casos de dengue em 2015 quase triplicou em relação ao último ano em MinasTestes da vacina da dengue avançam no paísLimpeza ainda é o melhor jeito de evitar o mosquito da dengue, zika e outras doençasEm meio à preocupação com o zika, BH tem média de 45 casos de dengue por dia em 2015Em relação ao alerta contra a dengue, segundo o virologista Maurício Nogueira, historicamente a doença tem seu ápice no Sudeste entre fevereiro e abril. “Das três ameaças, com exceção do zika vírus, que tem deixado todos nós muito preocupados, em função da sua ligação com a microcefalia, a dengue ainda é a pior das doenças, pois é altamente agressiva e mata”, reforça o especialista. Porém, ele destaca que o desafio do zika é inédito.
Palavra do especialista
Glaysson Tassara, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais
Como deve ser feita a aplicação do repelente?
Somente nas áreas expostas a uma possível picada. Ao usar protetor solar, o repelente deve ser o último a ser aplicado. Para crianças, grávidas e adultos há indicação de quantidade por dia a ser aplicado do produto.
Há diversas dúvidas em relação ao uso de produtos caseiros, vitamina B12 para espantar o mosquito, o uso de perfume...
Perfumes e hidratantes com cheiro mais adocicado atraem o Aedes aegypti. A ingestão de vitamina B12 pode ter ação para evitar a picada do pernilongo comum, o culex, mas não está comprovado cientificamente que protege 100%. É preciso lembrar que estamos falando do Aedes aegypti, que transmite dengue, zika vírus e chikungunya. Esse inseto tem hábitos diferentes do mosquito comum. Estudo recente da The American Mosquito Control Association feito durante oito semanas com pessoas divididas em grupos que ingeriram vitamina B12, vitamina C e grupo neutro, que não ingeriu nada, mostrou que os remédios não afastaram os insetos. Produtos caseiros devem ser usados com parcimônia.
O senhor recomenda o uso de repelentes elétricos? E o que se pode dizer do risco de reações alérgicas?
Os elétricos geralmente são usados à noite ou quando a pessoa está em um ambiente fechado. Esses aparelhos, do ponto de vista da pele, não apresentam contraindicação. Pessoas com alguma alergia respiratória, como asma ou rinite, podem ter alguma intolerância. No caso de alergia na pele em função dos repelentes líquidos ou em creme, ao primeiro sinal de irritação, o ideal é retirar todo o produto com água. Não use nenhuma outra substância, pois, se a pele estiver vermelha, usar outro produto pode piorar.
É sabido que o Aedes tem hábitos mais diurnos. Por essa razão o uso do mosquiteiro estaria dispensado?
Acho que já não podemos contar somente com esse comportamento do Aedes aegypti. Ele é um inseto que se adaptou muito bem à vida urbana. A luz fria que usamos em vários ambientes pode ter mudado o comportamento biológico do mosquito.