Jornal Estado de Minas

Minas Gerais recebe R$ 30 milhões para combater o Aedes aegypti

O combate ao mosquito Aedes aegypti ganha um novo reforço em Minas Gerais. O estado vai receber mais R$ 30 milhões que serão usados para tentar eliminar o mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus. A liberação da verba foi anunciada na manhã desta terça-feira pelo governador Fernando Pimentel (PT). Segundo ele, quatro municípios mineiros estão em situação crítica: Ubá, na Zona da Mata, Governador Valadares, no Leste do estado, e Bom Despacho e Pará de Minas, no Centro-Oeste mineiro. Belo Horizonte decretou situação de emergência por infestação do inseto.

De acordo com o governador, o recurso faz parte do orçamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES). A verba será usada para reforçar as ações dos agentes de endemias, agentes comunitários de saúde (ACS), das equipes de saúde da família e as ações de assistência. Segundo o secretário Estadual de Saúde, Fausto Pereira dos Santos, será feita a capacitação dos agentes epidemiológicos e agentes de sáude vão participar do combate.


O anúncio foi feito depois da criação do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika Virus. O grupo contará com diversos setores do governo e será coordenado pelo vice-governador Antônio Andrade. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e a Associaão Mineira de Municípios poderão integrar o processo como membros convidados. “A situação em Minas é tranquila. Não temos um quadro agudo e quadro grave. Justamente para não ter, estamos antecipando essas ações para evitar que Minas Gerais seja exposto a um risco maior”, comentou Fernando Pimentel.

A primeira reunião de trabalho do comitê será com os quatro municípios que estão com a situação mais crítica, segundo o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Lira).
O encontro está marcado para 11 de janeiro. Na ocasião, serão discutidas medidas emergenciais para combater o mosquito.

Dengue avança em MG
A dengue continua em alta em Minas Gerais. De acordo com a Secretaria de Saúde, foram notificados 187.043 casos da doença neste ano. Destes, 148.123 foram confirmados. O número é três vezes maior do que o número de pessoas que tiveram a doença em 2014, quando foram registrados 49.360. Em 2015, 67 pacientes morreram em decorrência da doença.

O mosquito transmite outras doenças.
Em relação a chikungunya, foram confirmados sete casos neste ano. Segundo a SES, todos importados de outros estados. Outros 129 casos suspeitos foram descartados e 23 ainda são investigados.

A preocupação maior das autoridades é com o Zika Vírus. Nenhum caso da doença foi confirmado em Minas Gerais. Foram notificados 29 casos da doença; destes, 5 foram descartados por critérios laboratoriais e outros 24 seguem em investigação. Desde 11 de novembro, foram notificados 53 casos de microcefalia em todo o estado, em 33 municípios. Destes, 35 foram descartados, sendo 27 anomalias não causadas pela doença e outros oito casos com perímetro cefálico proporcional ao comprimento e ao peso do recém-nascido. Outros 15 seguem sob investigação.

A secretaria ainda investiga um caso de síndrome de Guillan-Barré, que ao lado da microcefalia, espalha preocupação em relação ao zika vírus no país.
O caso foi notificado em Carangola. Trata-se de um menino de 16 anos. Segundo a SES, o adolescente passou pelos exames necessários. Há suspeita que a sídrome tenha sido causada por esquitossomose, mas nada ainda foi confirmado. .