Duas mortes de bebês que nasceram com microcefalia em Minas já são investigadas pelo Ministério da Saúde, devido à suspeita de a malformação estar ligada ao vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Além dos dois óbitos, 18 casos são investigados no estado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde – conforme o boletim da última semana, apenas uma morte era investigada.
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BH tem 13 casos suspeitos de microcefalia por zika vírusSecretaria investiga 35 casos de microcefalia em MinasMicrocefalia dispara e soa alarme contra o zikaSobe para 33 o número de casos de microcefalia associada ao zika vírus em MGSecretaria nega surto de microcefalia em Minas e diz que números são "normais"Prefeitura de Belo Horizonte decreta situação de emergência por infestação do Aedes aegyptiNo boletim divulgado hoje, o Ministério da Saúde informa que o número de casos investigados em Minas caiu. De fato, conforme o boletim divulgado na última terça-feira (o Ministério da Saúde atualiza os dados todas as semanas), estavam sendo apurados em Minas 52 casos, em 33 municípios.
200 CASOS EM UMA SEMANA
Enquanto isso, em todo o país, o número de casos suspeitos em relação à semana passada aumentou em quase 200 e já beira os 3 mil. De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, o número de crianças com suspeita de microcefalia no país aumentou para 2.975.
Os dados são de registros feitos até o último 26 de dezembro. As suspeitas estão em 656 municípios de 19 estados e do Distrito Federal.
Ainda de acordo com o novo boletim, Pernambuco, primeiro estado a identificar o aumento de casos de microcefalia no país, continua no topo da lista, com 1.153 casos em investigação, o que representa 38,76% das suspeitas em todo o país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (476), Bahia (271), do Rio Grande do Norte (154), de Sergipe (146), do Ceará (134), de Alagoas (129), do Maranhão (94) e Piauí (51).
Transmitido pelo Aedes aegypti, o vírus Zika começou a circular no Brasil em 2014, mas só teve os primeiros registros feitos pelo Ministério da Saúde em maio de 2015. O que se sabia sobre a doença, até o segundo semestre deste ano, era que sua evolução é benigna e que os sintomas são mais leves do que os da dengue e da febre chikungunya, também transmitidas pelo mesmo mosquito.
Porém, no último 28 de novembro, o Ministério da Saúde confirmou que, quando gestantes são infectadas por esse vírus, podem gerar crianças com microcefalia, uma malformação irreversível do cérebro, que pode ser associada a danos mentais, visuais e auditivos.
A microcefalia não é uma malformação nova, é sintoma de algum problema no organismo da gestante e do bebê, e pode ter diversas origens, como infecção por toxoplasmose, pelo citomegalovírus e agora ficou confirmado que também pelo vírus Zika. O uso de álcool e drogas durante a gravidez também pode levar a essa condição..