Jornal Estado de Minas

Justiça acata denúncia contra envolvidos em morte de universitária no Sul de Minas


A Justiça acatou denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o comerciante e agenciador de modelos José Roberto dos Santos Freire, e o casal Valdeir Bispo dos Santos, conhecido como Henrique, e a enfermeira Rosiane Rosa da Silva, conhecida como Rosa, pela morte da universitária Larissa Gonçalves de Souza, de 21 anos, morta em Extrema, no Sul de Minas, em outubro deste ano. O juiz Ricardo Alves Cavalcante negou o pedido de prisão preventiva para o namorado da garota, Lucas Rodrigo Gamero, que chegou a ser preso suspeito do crime, mas solto por falta de provas.

O crime bárbaro chocou o Sul de Minas Gerais. Larissa Souza foi sequestrada na tarde de 23 de outubro, quando estacionava o carro de seu pai na rodoviária. Durante a semana, a jovem embarcava em um ônibus para Bragança Paulista (SP), onde cursava biomedicina. Rosa assumiu a direção do veículo e levou a universitária à casa do comerciante, onde ela foi torturada e morta com golpes de um peso de ginástica na cabeça. O corpo foi desovado próximo a um mirante na Serra da Mantiqueira e encontrado no dia 3 de novembro, quando José Roberto foi preso e confessou o crime.

O inquérito com mais de 300 páginas foi entregue à Justiça pelo delegado Valdemar Lídio Gomes Pinto em 17 de dezembro.
José Roberto, Valdeir Bispo e Rosiane Rosa foram indiciados por homicídio triplamente qualificado – com concurso de pessoas, por meio cruel e motivo fútil – e ocultação de cadáver.

O delegado não incluiu Lucas Gamero no indiciamento por falta de provas. Porém, ressalta que as investigações sobre ele continuam. O jovem ficou preso por sete dias depois que, em depoimento, José Roberto afirmou que mantinha um relacionamento amoroso com ele e que a estudante tinha descoberto mensagens trocadas entre eles via telefone celular e, desde então, vinha questionando o namorado sobre o episódio. Em depoimento, o comerciante confessou a morte e afirmou à polícia que o mandante seria o companheiro da universitária. Porém, o próprio delegado pediu a revogação da prisão por falta de provas.

A MP denunciou os envolvidos no dia seguinte a entrega do inquérito pela Polícia Civil.
O juiz acatou a denúncia, mas negou o pedido de prisão preventiva para o estudante.

Cronologia

» 26 de outubro
A estudante Larissa Gonçalves é vista pela última vez na parte da tarde quando chegou na rodoviária, como fazia todos os dias para seguir para a universidade. Testemunhas informaram que ela foi abordada e colocada no próprio carro por um casal e, em seguida, desapareceu

» 27 de outubro
Namorado da universitária, Lucas Gameiro, faz apelo para encontrar a jovem

» 03 de novembro
Corpo de Larissa é encontrado em avançado estado de decomposição dentro de um buraco em uma serra da cidade. Um comerciante, José Roberto dos Santos Freire, foi detido suspeito do crime e a loja dele foi incendiada e saqueada por moradores revoltados

» 04 de novembro
Enterro da estudante é marcado pelo clima de revolta e comoção. O comerciante José Roberto confessou participação no crime e apontou o namorado da vítima, Luccas Gamero, como o mandante do crime. Os dois foram levados para a Penitenciária de Pouso Alegre. O crime foi cometido por causa de uma suposta relação homoafetiva que o namorado de Larissa mantinha com o patrão

» 05 de novembro
Mais um suspeito de participação no crime é preso. Wellington Luiz Freire Cordeiro, de 31, é primo do comerciante José Roberto.
Ele teria apresentado o casal suspeito de executar a jovem ao comerciante

»10 de novembro – Casal suspeito de executar a universitária é preso em São Paulo

» 11 de novembro
O namorado de Larissa, Lucas Gamero, deixa o Presídio de Pouso Alegre à pedido do delegado responsável pelo caso.