Estudante de 25 anos cursava agroecologia e fazia estágio em uma cooperativa de Altamira - Foto: Facebook/ReproduçãoA Polícia Civil já trabalha com pelo menos uma hipótese para a morte do universitário mineiro Gabriel José Jorge Cortez, de 26 anos, em Porto de Moz, no Pará. O corpo do jovem foi encontrado no último sábado, na região conhecida como praia da Chácara, às margens do Rio Xingu. Segundo o delegado Mhoab Khayan Azevedo Lima, que investiga o caso, o estudante pode ter sido vítima de latrocínio - roubo seguido de morte -, uma vez que o telefone celular e a carteira dele foram levados.

Segundo o policial, algumas pessoas já estão sendo investigadas e a Justiça autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão. O delegado, porém, preferiu não divulgar os nomes dos suspeitos. Algumas testemunhas já prestaram depoimento.

"Os primeiros levantamentos indicam que o universitário foi atacado quando estava preparando o jantar. Ele levou um tiro nas costas e o corpo dele estava com cortes no pescoço e nos ombros", informou o delegado. Pescadores da região encontraram o corpo e avisaram à Polícia Militar.

Conforme as investigações, Gabriel Cortez estava a passeio em Porto de Moz, onde chegou no sábado. Há cerca de três meses, o estudante fazia um estágio na Cooperativa de Produtos Orgânicos de Xingu, na cidade de Altamira. Ele estava no quinto período do curso de agroecologia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, em Rio Pomba, na Zona da Mata.

Gabriel morava em Divinópolis, no Centro-Oeste, e nasceu em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde ele será enterrado. O corpo vai chegar ao Aeroporto da Pampulha por volta das 20h e o velório está previsto para as 23h, na capela São Geraldo.

SOLIDARIEDADE NA INTERNET Prima da mãe de Gabriel, Patrícia Rafael Perdigão foi a primeira pessoa da família a receber a notícia da morte do jovem depois de uma postagem no Facebook. Uma professora que mora em Porto de Moz divulgou fotos do universitário na rede social para ajudar na identificação dele e na localização da família.

Patrícia contou que Gabriel correu risco de ser enterrado como indigente e a professora guardou o corpo até o início da manhã de domingo, quando a funerária chegou à cidade. A família, então, providenciou os trâmites para o translado do corpo. "A família é extremamente agradecida à professora, que nos ajudou muito".

No post, a professora disse: “Quero agradecer a todos que entraram comigo na campanha para encontrarmos a família do Gabriel Cortez , graças à ação de todos conseguimos localizar, parentes e amigos deste jovem que de forma trágica perdeu sua vida. Ontem, lamentavámos as pesosas (sic) que estavam dormindo em sua casa e foram assassinadas em Altamira. Hoje aqui em Porto de Moz no final da praia é triste e não existe quem consiga segurar as pessoas de mau caráter, ruins, cruéis, que estão em toda parte. Pedimos a Deus que console o coração de todos os parentes e amigos destas pessoas que perderam dessa forma tão cruel seus entes queridos”. Nas redes sociais, familiares, amigos e moradores da cidade onde o assassinato ocorreu prestaram condolências e demonstraram indignação com o caso.

Patrícia é secretária de Cultura, Esporte, Lazer, Juventude e Turismo de Pedro Leopoldo e descreveu Gabriel como uma pessoa tranquila e amante da natureza. Ela disse estar assustada com o caso.

A secretaria informou ainda que o universitário voltaria para Pedro Leopoldo, onde ele costumava passar as férias escolares, dia 20, para o aniversário do avô. Gabriel era o caçula de três irmãos e morava com o pai. A mãe dele morreu há cerca de um ano. .