Morreu ontem no começo da noite o morador de rua de origem indígena chutado e pisoteado na madrugada no Centro de Belo Horizonte. Câmeras de segurança de lojas na Rua 21 de Abril, onde ocorreu o crime, registraram as cenas de violência sem justificativa. O corpo do morador de rua, ainda sem identificação, foi removido para o Instituto Médio Legalo (IML). A polícia continua à procura do agressor, mas até o fim da tarde ainda não havia identificado o autor do ataque. As imagens mostram o momento em que a vítima, que tinha o hábito de dormir no local, chega cambaleante, se ajeita embaixo de uma marquise e se deita. Pouco depois das 2h, quando o morador de rua estava dormindo, um rapaz se aproximou e começou a agredi-lo com chutes no rosto e pisadas na cabeça. São cenas de extrema violência. O agressor chegou a desferir uma sequência de 12 chutes no rosto do indigente.
Após o ataque, as câmeras captaram o rapaz indo embora, no sentido da Estação Central do metrô. A vítima permaneceu no local, inconsciente. Além das agressões, as filmagens flagraram um outro andarilho se aproximando do ferido e furtando sua sacola. A vítima agonizou por aproximadamente cinco horas até ser socorrida. Somente às 7h35, quando a movimentação na rua era maior foi que a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram chamados. A vítima, com idade aproximada entre 55 e 65 anos, tinha afundamento do crânio.
SENTIMENTO DE ÓDIO O sargento Sandro Márcio analisou todas as cenas da agressão e informou, que em princípio, trata-se de um crime motivado por intolerância. “Nenhuma hipótese por ser descartada. Mas, pelo o que vimos nas cenas, foi um ataque covarde e cruel cometido por um jovem, bem-apessoado, que agiu por um sentimento de ódio contra uma pessoa em situação de rua”, disse o militar.
O militar disse não ter dúvidas de que o rapaz atacou o morador de rua com a intenção de matá-lo. As imagens mostram o agressor, em dois momentos, esperando carros passarem para continuar pisoteando a cabeça da vítima. O andarilho foi socorrido para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que ele passou o dia respirando com ajuda de aparelhos e morreu pouco antes das 20h. Além de procurar o assassino, caberá à Polícia Civil tentar identificar a vítima por meio da coleta de impressões digitais. A polícia também vai buscar alguma testemunha que tenha visto a agressão.