O engenheiro Joaquim Pimenta de Ávila, responsável por projetar a estrutura da Barragem do Fundão, que se rompeu em novembro do ano passado, em Mariana, disse, em depoimento à Polícia Federal (PF), que alertou a Samarco sobre os riscos um ano antes do maior desastre socioambiental da história do país. O especialista afirmou ter informado à mineradora que a situação observada era “severa” e “necessitava uma providência maior do que a que estava sendo tomada”.
No depoimento, o engenheiro disse ainda que solicitou à atual responsável pela Barragem do Fundão, Daviély Rodrigues Silva, os cálculos do que foi feito. Em resposta, a engenheira teria dito que os dados haviam sido perdidos porque o disco rígido do computador da empresa havia queimado. Ele não especificou, no entanto, a data em que isso ocorreu.
Daviély e outras seis pessoas, além do diretor presidente da Samarco foram indiciados no último dia 13, pela PF, por crime ambiental. A assessoria de imprensa da mineradora informou, na data, que não concorda com o indiciamento dos profissionais porque até o momento não há uma conclusão pericial técnica das causas do acidente.
Sobre a declaração do engenheiro Joaquim Ávila à PF, a Samarco disse, em nota, ter cumprido todas as medidas sugeridas por Ávila, inclusive a instalação de 12, em vez de 9, piezômetros no local indicado.