O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, opera com auxílio de instrumentos na manhã desta segunda-feira devido ao mau tempo.
O terminal teve o fim de semana de caos e longas filas no terminais de check-in por conta de atrasos e cancelamentos de voos. Os reflexos dos atrasos das decolagens e aterrissagens estavam estampados nos rostos apreensivos e sonolentos de passageiros que remarcaram suas viagens.
Os bancos dos cafés, dos espaços de convivência e dos terminais 1 e 2 se tornaram leitos para quem passou a madrugada aguardando para embarcar e também para quem remarcou e novamente enfrentou atrasos, ontem. De acordo com a BH Airport, concessionária que administra Confins, foram 42 cancelamentos e 90 voos atrasados até as 18h.
Além de enfrentar as filas, atrasos e cancelamentos, os passageiros tinham de tomar cuidado com as dezenas de goteiras que escorriam dos tetos de todos os andares do edifício. Em poucos minutos, a reportagem do EM contou 34 pontos onde foram colocados baldes para coletar a água e placas de alerta para piso escorregadio, sendo 11 no primeiro pavimento e 23 no segundo. Mas a quantidade de goteiras era tanta que em muitos locais não havia nem baldes nem avisos de alerta, levando perigo para quem circulava nos corredores ou corria na esperança de conseguir embarcar.
Os nove familiares e amigos da médica Soraia Valle, de 56, transformaram em leitos os bancos do espaço de convivência do Terminal 1. O grupo iria embarcar para Ilhéus (BA) às 8h de sábado e aguardou o voo até 16h, quando preferiram desistir e remarcar a viagem para ontem, perdendo diárias de hotel e de um carro que alugaram. “Quando não aguentávamos mais, a Gol remarcou nossa passagem. Ainda arranjaram um voucher de táxi para retornarmos para nossas casas em BH, só que a fila de passageiros para esses carros estava enorme. Resultado: só saímos daqui (Confins) às 19h30”, conta. O novo voo estava marcado para as 8h de ontem, mas já tinha uma hora de atraso. “Estamos encarando com bom humor, porque não queremos estragar nossa viagem de férias, não é? Claro que essa situação toda é um absurdo e que providências imediatas devem ser tomadas, porque é um vexame esse tumulto e tantas pessoas passando por esse aperto todo”, criticou.
OBRAS PARADAS De a cordo com a BH Airport, o surgimento de goteiras em dias de chuva é causado pela paralisação das obras de ampliação do Terminal 1, de responsabilidade da Infraero. “A concessionária informa que encaminhou proposta para assumir o restante das obras, e ainda aguarda decisão do poder concedente. Desde que assumiu a operação do aeroporto, em agosto de 2014, investiu em uma série obras emergenciais a fim de minimizar o impacto aos usuários, inclusive na cobertura. No entanto, existem problemas de projeto que impediram a solução total da questão.