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Estado de Minas

Falta de equipamento leva caos ao aeroporto de Confins

Terminal sofre com ausência de aparelho que ajuda em pousos e decolagens, atrasando viagens de centenas de passageiros


postado em 19/01/2016 06:00 / atualizado em 19/01/2016 09:02

Ver galeria . 13 Fotos Confins volta a operar por instrumentos neste domingo. Alguns voos partem do terminal, mas ainda há atrasos e cancelamentos. Muita gente amanheceu no aeroportoPaulo Filgueiras/EM/DA Press
Confins volta a operar por instrumentos neste domingo. Alguns voos partem do terminal, mas ainda há atrasos e cancelamentos. Muita gente amanheceu no aeroporto (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press )

O aeroporto intermacional de Confins, na Grande BH, registra uma manhã mais calma nesta terça-feira. Apesar de ainda operar por instrumentos, o número de atrasos e cancelamentos de voos no terminal vem diminuindo desde segunda-feira. Às 7h desta terça-feira, o boletim da BH Airport informava o cancelamento de três voos e uma partida atrasada.

No entanto, este não foi o cenário dos últimos dias. E o impacto causado pelas chuvas na operação do aeroporto de Confins está diretamente associado à falta de aparelhagem que auxilia em pousos e decolagens em uma das cabeceiras da pista. As chuvas foram acompanhadas de rajadas de ventos que forçaram a mudança da operação para um trecho da pista em que inexiste o ILS (Instrument Landing System), sistema que facilita a aproximação em caso de visibilidade ruim.

Os transtornos resultantes do fechamento da pista e da operação por instrumentos poderiam ser consideravelmente mitigados com a instalação do equipamento, segundo especialistas em segurança de voo e o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). A necessidade de modernização é reforçada por ser o período climático mais crítico coincidente com as férias escolares, época de pico nas viagens.

O ILS é o principal equipamento usado para auxiliar pousos e decolagens no mundo. No Brasil, a maioria dos aeroportos usa a categoria 1, incluindo Confins. Com ele, o piloto é orientado na aterrissagem, permitindo operações normais com visibilidade horizontal superior a 500 metros e vertical de até 200 pés (aproximadamente 60 metros).

Segundo o representante do SNA em Minas Gerais, comandante Rodrigo Ribeiro, no caso de Confins o aparelho só está instalado em uma das cabeceiras. “Quando o vento muda, inverte a pista. Tem que pousar na cabeceira 34. Se tivesse instalado o ILS categoria 1 lá também, seria suficiente para evitar o caos dos últimos dias”, afirma. O sistema está em operação na cabeceira 16.

Na cabeceira oposta (34), funciona um aparelho chamado de LNAV/VNAV. O sistema permite pousos com teto de até 300 pés, mas, segundo a BH-Airport, está indisponível por causa das obras de extensão da pista. As intervenções, de responsabilidade da Infraero, estão bastante atrasadas. “Além das condições climáticas extremamente desfavoráveis e contínuas desde quarta-feira, a obra foi um dos fatores que contribuíram para as restrições de pouso, principalmente no sábado, quando a utilização da cabeceira 34 foi maior”, diz a concessionária.

Bastante prejudicada pelo problema, a Azul disse que a instalação de um ILS categoria 1 (ou superior) nas duas cabeceiras “é mandatório para um aeroporto do porte de Confins e traria grande melhoria para a operação”. A companhia aérea diz que a falta de infraestrutura prejudicou as operações. “Além disso, a implantação de um sistema de luzes (approach Lightning System), de sinalização específica na pista e uma estação meteorológica também são necessários”, cobra a empresa aérea.

O aeroporto tem operado por instrumento desde quarta-feira. De lá para cá, centenas de voos foram cancelados ou sofreram atrasos por causa das chuvas. O dia mais crítico foi sábado. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), mais de 100 milímetros de chuva foram verificados em BH no intervalo de 24 horas encerrados às 10h de sábado. O total é mais de um terço do volume registrado em janeiro segundo a média histórica. Ontem, segundo balanço da BH-Airport, foram 40 cancelamentos e 36 atrasos de meia-noite até as 18h.

Em aeroportos em que funciona a categoria 2 do ILS, o ganho de performance é grande. O piloto precisa de visibilidade superior a 300 metros (horizontal) e 100 pés (vertical). Esse sistema hoje é usado nos aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro) e Curitiba. (Com informações de Cristiane Silva)


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