Não é necessário ir longe da capital mineira para passar por erosões, buracos e trincas no asfalto. Na BR-381, em direção a São Paulo, a destruição na rodovia começa logo depois do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre os quilômetros 501 e 502, duas sequências de buracos, de aproximadamente 20 metros, põem motoristas em risco. Alguns têm um palmo de profundidade. Para tentar fugir das armadilhas, condutores jogam os veículos para o acostamento e para perto da pista lateral.
A situação crítica continua por pelo menos 18 quilômetros até a entrada de Brumadinho. Do km 502 até o 505, há avarias dos dois lados da pista, em direção a São Paulo. Por causa disso, dificilmente os motoristas conseguem fugir e acabam caindo nos buracos. Técnicos da Autopista Fernão Dias, responsável pela rodovia, iniciaram obras de recapeamento nas proximidades do km 508. O trecho está parcialmente interditado. Até mesmo no acostamento há buracos de todos os tamanhos.
Retornando para Belo Horizonte, a situação da rodovia também é ruim. O trecho mais complicado é na subida da Serra de Igarapé. Embaixo de uma passarela nas proximidades do km 508, em uma curva, pelo menos 30 buracos complicam a vida dos motoristas. Por lá, borracheiros estão faturando. “Só hoje (ontem) já consertei quatro pneus de carros que passaram em buracos. Está assim desde sexta-feira, quando começou a chover. Infelizmente, alegria nossa e tristeza deles”, comenta Thiago Alves, de 18 anos, que trabalha em uma borracharia no trecho. “Nunca vi isso do jeito que está.
Em nota, a Autopista Fernão Dias informou que realiza a manutenção de toda extensão da rodovia Fernão Dias entre Guarulhos (SP) e Contagem (MG). A concessionária disse, ainda, que segue o cronograma efetivo de manutenção do pavimento já estabelecido no planejamento anual. Porém as condições climáticas e, principalmente, as chuvas intensas registradas nesse início de ano dificultaram a realização da manutenção definitiva dos trechos. Por fim, a empresa esclarece que realiza uma operação para tapar buracos com PMF (Pré Misturado a Frio) ao longo da rodovia e assim que o período chuvoso cessar os trabalhos de manutenção definitiva serão iniciados.
Outra rodovia privatizada com problemas no asfalto é a MG-050, em Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desde segunda-feira, a pista está parcialmente interditada no km 66,7 por causa de trincas no asfalto. “Estamos fazendo uma análise do local, mas, provavelmente, vamos criar desvios para a pista em direção a Belo Horizonte. Os veículos vão trafegar em um trecho de 500 metros e depois retornar para a pista no sentido Divinópolis”, afirmou o gerente de operações da concessionária Nascentes Gerais, Marcelo Aguiar. Segundo ele, a chuva pode atrapalhar o andamento da obra. “É um problema simples, que poderíamos reparar em 10 a 15 dias. Mas, com o mau tempo, deve demorar mais de 30 dias”, comentou.
No retorno da BR-356, próximo ao Bairro Olhos D’água, limite entre as regionais Oeste e Barreiro de Belo Horizonte, pelo menos três buracos já surgiram na pista.
Balanço do DER Segundo balanço divulgado ontem pelo DER-MG, o estado tem 14 trechos de rodovias estaduais com problemas. Desse total, quase 40 ocorrências têm relação com queda de barreira, erosão, rompimento e abatimento de aterro, abatimento de pista ou excesso de água sobre o asfalto. De acordo com o Dnit, 10 rodovias federais estão interditadas em todo o Brasil. Dessas, duas são em Minas Gerais – as BRs 560 e 354.
Nos trechos estaduais, a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) faz o levantamento das áreas de perigo. “Fizemos o mapeamento de todas as rodovias verificando as condições que possam causar acidentes. Quando detectados, oficiamos os órgãos competentes para que façam os reparos”, explica o major Carlos Eduardo Ferreira. “Neste período de chuva, o pessoal tem que reduzir a velocidade, redobrar a atenção e passar embaixa velocidade nas poças d’água”, alertou. (Colaborou Rafael Passos)
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