Movimentos sociais fazem, na noite desta quarta-feira, o terceiro protesto contra o aumento das passagens de ônibus em Belo Horizonte. O grupo se concentrou em um dos quarteirões fechados da Praça Sete onde entregou panfletos para moradores, com o intuito de explicar os motivo do ato. Por volta das 18h50, os manifestantes foram para a Avenida Afonso Pena e iniciaram passeata. O trânsito ficou lento no Centro da capital mineira.
Os manifestantes começaram a chegar por volta das 17h. O público que participa do protesto é bem menor que o registrado nos dois primeiros atos. Aproximadamente 50 pessoas iniciaram a manifestação. Entre eles, integrantes de movimentos sociais, estudantis e políticos, que levaram bandeiras e instrumentos de percussão para a concentração. O integrante do movimento União da Juventude Rebelião (URJ) Márcio Leite, de 23 anos, distribuiu panfletos explicando os pontos da manifestação.
O ato é acompanhado pela Polícia Militar (PM). Viaturas do Batalhão de Choque e de batalhões, além de homens da cavalaria, acompanham a movimentação. Segundo o tenente Maillo, do Batalhão de Choque, na conversa com uma das lideranças da manifestação, foi explicado que é necessário, em caso de interdição das vias, que uma das faixas fique liberada para trânsito de veículos de emergência. "Eles ficaram de informar ao BPTrans o trajeto se forem fechar vias. Vamos acompanhar, a distância, primeiramente, junto com o apoio de unidades especializadas. Primamos pela liberdade de manifestação, desde que não fira o direito de ir e vir da população", disse o tenente.
Por volta das 18h50, os manifestantes foram para a Avenida Afonso Pena, no sentido Centro/Bairro Mangabeiras, e fecharam a via. O trânsito foi desviado pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (Bptran) para a Avenida Amazonas. Em seguida, o grupo deu voltas no obelisco da Praça Sete, conhecido popularmente como pirulito. Depois, voltaram a seguir em direção à prefeitura, deixando uma pista livre para os carros.
Sílvia Rosa, de 60 anos, que esperava o ônibus da linha 9403, com destino ao Santa Efigênia, precisou sair do ponto na Avenida Afonso Pena e procurar outro local para embarcar no coletivo. Mesmo com a via interditada e o atraso para voltar pra casa, Sílvia vê a manifestação como necessária. "A passagem está um absurdo. Admiro a força de vontade e de espírito dessas pessoas. Se não estou lá é porque não posso. Mas assim, com organização, acredito que estão lutando por mim também", disse
Justiça
Duas ações na Justiça tentam suspender o aumento da passagem, que passou de R$ 3,40 para R$ 3,70 (alta de 8,82%), no início deste ano. Uma delas é da Defensoria Pública de Minas Gerais. Na argumentação dos defensores, o aumento incide em bases frágeis e sobre valor questionável. Na segunda-feria, a Justiça deu um prazo de 72 horas para a Prefeitura de Belo Horizonte, a BHTrans e as empresas concessionárias das linhas de ônibus da capital prestarem esclarecimentos acerca do reajuste.
Outra ação é avaliada é do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O promotor Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), explicou que o cálculo do aumento foi feito levando-se em consideração o valor da passagem em agosto de 2015 (R$ 3,40). Para ele, entretanto, o valor considerado como base de cálculo deveria ser o de dezembro de 2014 (R$ 3,10).