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Estado de Minas

Polícia começa a ouvir amigos e parentes de casal assassinado em Araxá

Casal de 21 e 26 anos foi morto com requintes de crueldade dentro de casa na noite de sábado


postado em 25/01/2016 11:05 / atualizado em 25/01/2016 15:04

Higor e Rafaela estavam casados desde setembro. Vítimas foram sepultadas ontem(foto: Reprodução internet/Facebook)
Higor e Rafaela estavam casados desde setembro. Vítimas foram sepultadas ontem (foto: Reprodução internet/Facebook)

O delegado César Felipe Colombari começou a ouvir amigos e parentes do casal morto em Araxá, no Alto Paranaíba. Pela manhã, estava previsto o depoimento informal da mãe da estudante Rafaela D’Eluz Giordani, de 21 anos, assassinada dentro de casa com o marido, o empresário Higor Humberto Fonseca de Sousa, de 26, que acabou não ocorrendo, pois a mãe da vítima não teve condições de ser ouvida.

O casal foi morto de forma brutal na casa onde morava no Bairro Veredas do Belvedere, loteamento novo de Araxá, e teve pertences roubados, como duas televisões e uma caminhonete. Segundo a Polícia Militar, esses detalhes indicariam um latrocínio, mas Higor foi vítima de mais de 100 facadas, além de ter o corpo coberto por fubá. Já Rafaela teve pelo menos nove lesões relacionadas a objetos cortantes no pescoço e parte do corpo coberta com açúcar. “Esse número de perfurações e as lesões nos indicam algo que pode estar além de um simples latrocínio”, afirma o major Fernando Reis, subcomandante do 37º Batalhão da PM.

Higor é filho de Geraldo Humberto Sousa Borges, o Beto Radiadores, ex-vice presidente administrativo do Esporte Clube Mamoré, time de futebol de Patos de Minas, que atualmente ocupa o Módulo II do Campeonato Mineiro.

Os dois corpos foram sepultados ontem sob forte comoção de amigos e parentes. Rafaela foi enterrada em Araxá e Higor em Patos. O presidente do Conselho Deliberativo do Mamoré, José Armando Resende, disse que o crime estarreceu a população de Patos de Minas, já que a família de Higor é bastante conhecida na cidade. “Infelizmente, as pessoas não falam em outra coisa. O clima está péssimo, principalmente porque o Beto é muito querido. Todos estão muito chocados. Apesar de fatos como esse serem comuns no Brasil, é quando ocorre com uma pessoa próxima que sentimos mais”, afirma José Armando. O Mamoré emitiu uma nota de pesar pelo falecimento do casal.

Ainda segundo o pai de Higor, o filho tinha marcado de levar um funcionário em Belo Horizonte por volta de meio-dia no sábado, mas o tempo foi passando e ele não deu notícias. De acordo com a PM, amigos do jovem assassinado também acharam a situação estranha e foram até a casa dele, onde encontraram a residência fechada, mas com algumas luzes acesas. Um dos amigos, então, resolveu pular o muro. Ele encontrou tudo revirado e algumas manchas de sangue, o que motivou uma ligação para a PM. Ao chegarem, os militares encontraram Higor em um dos quartos, com pés e mãos amarradas para trás, mais de 100 perfurações aparentemente causadas por uma faca e o corpo coberto com fubá.Já Rafaela estava em outro cômodo, amordaçada e amarrada, com muito sangue no corpo, e nove marcas de facadas no pescoço. O rosto e o tórax estavam cobertos de açúcar. Vizinhos informaram que ouviram vários gritos por volta das 13h de ontem, mas, como o casal costuma organizar festas com frequência, ninguém achou estranho. Um vizinho disse que viu Higor sair de casa sozinho por volta das 17h e até o cumprimentou. O que mais chama a atenção é que a PM foi solicitada para comparecer ao imóvel por volta das 18h, o que significa pouco tempo entre a morte e o momento em que ele foi visto por um vizinho.

ARROMBAMENTO
Na quarta-feira passada, a casa de Higor e Rafaela já tinha sido alvo de uma tentativa de arrombamento, o que motivou o casal a contratar a instalação de uma cerca de proteção que ainda não tinha sido colocada. O jovem costumava guardar dinheiro em casa e mantinha cerca de R$ 5 mil no momento do crime, de acordo com informações repassadas pelos amigos à PM. Duas televisões e uma caminhonete S-10 placa do casal foram levados, indícios que levantam a possibilidade de um latrocínio. Duas motocicletas suspeitas foram vistas na região, mas até o fechamento desta edição não havia pistas sobre o paradeiros dos suspeitos e ninguém foi preso.


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