A luta contra os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus em Minas Gerais ganha reforço. Militares do Exército estão ajudando na limpeza de terrenos baldios e residências. A estratégia é usada em cidades como Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Raposos, na Grande BH. Já em Ubá, também na Zona da Mata, detentos do presídio municipal trocam o trabalho de eliminar o inseto por remissão de pena. Em todo o estado, quatro cidades já decretaram situação de emergência por causa do aumento da incidência das doenças, entre elas, Belo Horizonte. Nesta terça-feira, a prefeitura de Juiz de Fora também vai publicar o decreto.
O aumento de número de casos de dengue preocupa os moradores e autoridades de Juiz de Fora. O prefeito Bruno Siqueira concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira e afirmou que vai decretar situação de emergência. Com o pedido de ajuda ao governo estadual, mais 50 agentes de endemias vão ser contratados para se juntarem aos outros 150 profissionais que atualmente atuam na cidade. Os trabalhos serão realizados em conjunto com 70 militares do exército que receberam treinamento e já estão na atividade desde 18 de janeiro.
Em apenas uma semana, o número de casos disparou, saindo de 399, registrados até dia 18, para 600, até esta terça-feira. No ano passado, foram registrados 4.518 casos na cidade. A Prefeitura afirmou que vai instalar dois centros de hidratação que vão atender os pacientes já em fevereiro. O decreto terá validade de 180 dias.
Juiz de Fora será a quinta cidade a decretar situação de emergência por causa do aumento de focos da dengue. O primeiro município que pediu ajuda ao governo estadual foi Belo Horizonte. Em 23 de dezembro do ano passado, o prefeito Marcio Lacerda decretou estado de emergência devido à infestação do mosquito Aedes aegypti. O decreto tem validade de 180 dias. Em 6 de janeiro, Cláudio, na Região Centro-Oeste, também entrou para a lista. Assim, como Ubá. A última que fez o decreto foi Coronel Fabriciano, no Vale do Rio Doce, em 13 de janeiro.
Guerra contra o mosquito
Além de Juiz de Fora, o exército começou a atuar em Raposos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Militares do Exército do Brasil chegaram no município nesta segunda-feira para auxiliar a Prefeitura Municipal de Raposos a combater os focos do mosquito Aedes aegypti. De acordo com o prefeito Carlos Alberto Coelho de Azevedo de julho de 2015 até domingo foram registradas 720 notificações e 172 casos de dengue confirmados. Em 2014, foram apenas 12 casos o ano inteiro.
Já em Ubá, os trabalhos contra a dengue receberam o apoito de dez detentos do presídio da cidade. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), os presos começaram os trabalhos em 18 de janeiro sem prazo para terminar. Eles percorrem escolas e locais públicos fazendo a capina e removendo objetos que podem acumular água.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), Minas Gerais registrou nos 18 primeiros dias do ano 9.953 casos prováveis de dengue, que engloba os casos confirmados e investigados da doença. Em relação ao zika vírus, o Estado já registrou dois casos, um em Ubá e outro em Curvelo.
Belo Horizonte
Os mutirões contra o Aedes aegyti terão um cronograma fixo a partir desta segunda-feira em Belo Horizonte. Cada regional terá um dia específico para receber a ação. Nas segundas-feiras, as ações serão na Região Norte, terças-feira nas regiões Nordeste e Pampulha, quartas-feiras Leste e Venda Nova, quintas-feiras no Barreiro e na Região Oeste, e nas sextas-feiras na Região Noroeste e Centro-Sul.