O complexo Batalha dos Guararapes era parte do plano de mobilidade, com ampliação da Avenida Pedro I, visando à Copa do Mundo de Futebol de 2014. Há um ano e meio, durante retirada do escoramento da alça sul do complexo, a estrutura caiu. Com isso, a alça norte foi demolida. No desmoronamento, duas pessoas morreram e 21 ficaram feridas. Por dois meses, o trânsito ficou tumultuado, com improvisação de desvios. E ainda não há qualquer previsão para a reconstrução do complexo, de quase R$ 30 milhões, até mesmo pelo pouco impacto de sua ausência no tráfego de veículos.
Ramon Victor admite que a situação atual, com o uso de semáforos, é melhor do que antes das obras de ampliação da Avenida Pedro I. Mas garante que está “muito pior do que se operação fosse com os viadutos”. Segundo ele, o relatório que conclui que o trânsito local é “satisfatório” é parte de um estudo maior e não afirma que a construção dos elevados seja desnecessária.
Depois da demolição e limpeza de escombros da alça norte do Batalha dos Guararapes, o trecho localizado entre a Rua Doutor Américo Gasparini e a Rua João Samaha passou a ser operado por interseções com cruzamentos atravessando a Dom Pedro I e controlados por semáforos, o que permite a ligação entre os bairros São João Batista e Planalto. De acordo com o documento da BHTrans, na situação atual de ausência do complexo de viadutos, a interseção das avenidas Pedro I e Olímpio Mourão Filho opera “com níveis de serviço satisfatórios. Ao se fazer o atendimento aos fluxos de pedestres, por sinalização semafórica, também são atendidos os fluxos veiculares com origem/destino sem formação de filas e com aceitável grau de saturação”.
Os técnicos da empresa reforçam o parecer afirmando que “não têm sido identificados congestionamentos reiterados e/ou defasagem dos veículos entre ciclos semafóricos – fechamentos de cruzamento –, após a implantação do projeto de adequação da referida interseção para sua operação sem o viaduto nem ocorrências de acidentes graves no trecho impactado”. Ainda na avaliação do órgão, os agentes e engenheiros de tráfego registraram que, “não estão comprometidas a operação e as funcionalidades do sistema BRT/Move no corredor e, em especial, no local em pauta. Este vem sendo monitorado pela equipe operacional da BHTrans , enquanto são avaliados eventuais ajustes na interseção referida, bem como alternativas para o definitivo tratamento viário da mesma”.
Na época do levantamento, o volume médio de tráfego diário nas seis pistas da Avenida Dom Pedro I era de 39.456 veículos, a maioria automóveis (32.739) e motos (4.599), além dos ônibus e caminhões (2.118) e dos transportes coletivos do BRT/Move (732), na pista central duplicada e exclusiva.
O dirigente da BHTrans acrescentou que a instalação do complexo é essencial no processo de estruturação da Via 590, entre as regiões Leste e Pampulha, que desde 1979 faz parte dos planos de mobilidade da capital. Porém, Ramon considera que a reconstrução dos viadutos não ocorrerá na atual administração municipal, devido ao processo judicial sobre as causas do acidente. .