Mesmo com novo deslocamento, Samarco assegura estabilidade de barragens em Mariana

Nesta quarta-feira, alerta amarelo foi acionado pela mineradora depois que rejeitos da Barragem do Fundão voltaram a se movimentar. Empresa diz que incidente ocorreu por causa da chuva

João Henrique do Vale Daniel Camargos

Um novo deslocamento dos rejeitos da Barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, fez a Samarco acionar o alerta amarelo e evacuar parte da empresa nesta quarta-feira.
Mesmo assim, a mineradora garante que as estruturas das barragens de Germano e Santarém “permanecem estáveis, com base no contínuo monitoramento”. Equipes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) foram enviadas ao local para apurar a situação.

A Defesa Civil de Mariana foi acionada pela Samarco logo depois que parte dos materiais acumulados depois do vazamento de 5 de novembro, que matou 17 pessoas, deixou duas desaparecidas, arrasou comunidades e provocou o colapso no abastecimento das cidades às margens do Rio Doce, se deslocou. A mineradora informou, em nota, que a movimentação foi provocada pelas chuvas das últimas semanas. “Não houve a necessidade de acionamento de sirene por parte da empresa. As defesas civis de Mariana e Barra Longa foram devidamente informadas. Ressaltamos que o volume deslocado permanece entre as barragens de Fundão e Santarém, dentro das áreas da Samarco”, explicou.


Os funcionários da Samarco receberam um comunicado com informações sobre o incidente logo depois que ele ocorreu. “De forma preventiva e seguindo o seu plano de emergência, os empregados que atuam próximo à área afetada foram orientados a evacuar o local”, diz a nota.

No comunicado, a empresa reclama que a comunidade de Barra Longa e Mariana foram alertados pelas rádios locais de maneira “indevida”. “Desconhecemos a origem dessa informação. Não houve acionamento de sirenes por parte da empresa. As defesas civis de Mariana e Barra Longa foram devidamente informadas do equívoco”, sustenta a mineradora na nota enviada aos funcionários. Por fim, a Samarco ressalta que o volume deslocado está dentro da área empresa.

Logo depois do rompimento da Barragem do Fundão, em 5 de novembro, a Samarco realizou obras no dique de Selinha da Barragem de Germano, que já foram concluídas. O coeficiente de segurança era de 1,22 e subiu para 1,51 com as obras. A Barragem de Santarém está em obras e, segundo o último relatório da empresa enviado ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) falta 11,9% para a conclusão. O coeficiente de segurança da barragem era de 1,37. O recomendado pela norma de segurança NBR 13028 é acima de 1,5.

Mesmo com o novo deslocamento de rejeitos, a mineradora garante que as barragem “permanecem estáveis com base no contínuo monitoramento”. .