Fabiano deixou um filho de 7 anos e começaria a construir uma casa em fevereiro. Alexsandro tinha três filhos, dois garotos, de 15 e 5 anos, e de uma menina de 3. Ele foi caminhoneiro por muitos anos. Há dois, desistiu de ganhar a vida com veículos de carga “porque temia os perigos das estradas”, segundo o pai, João Evangelista, e começou a trabalhar com vans.
Alexandro e Fabiano morreram na hora. Familiares e amigos foram ao Instituto Médico Legal (IML) de BH reconhecer os corpos, que serão sepultados hoje nesta quinta-feira. As famílias não divulgaram os cemitérios.
O motorista do caminhão que causou o acidente, Manoel Elson Santana, de 32 anos, não conhecia o trecho e disse que perdeu o freio do veículo. Na tarde desta quarta-feira, ele aguarda para prestar depoimento na Coordenação de Operações Policiais (COP), do Detran-MG. Conforme o Boletim de Ocorrência, ele não estava alcoolizado.
“Ele diz que perdeu o freio, tentou desviar, desviou de vários veículos, e foi a carroceria que bateu na van”, explicou o sargento Ederson Macedo, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), um dos militares que acompanhou o condutor. Segundo ele, o caminhoneiro disse que não viu qual veículo atingiu. Ele seguia com uma carga de cal de Ouro Preto para São Paulo. Era a primeira vez que ele passava pelo Anel Rodoviário.
De acordo com o tenente Pedro Henrique Barreiros, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), conforme os relatos dos motoristas dos carros, o caminhão seguia pela faixa do meio e teria perdido os freios. Ao colidir com a van, ela foi arremessada contra a mureta de pedra às margens do Anel, atingindo os carros logo em seguida. A van foi parar a 300 metros do veículo de carga.
Os dois veículos menores são de Belo Horizonte. Augusto Eduardo, condutor do Strada, e Larissa Aymi Araki, que estava na direção do HB20, não ficaram feridos. “Eu não vi muita coisa. Só ouvi o estrondo, um barulho muito alto, e depois o caminhão passou por mim e bateu”, diz Augusto, que estava a caminho de casa quando seu carro foi atingido de raspão pelo caminhão. Ele diz estar muito assustado.
(Com informações de Cristiane Silva, Rafael Passos e Carolina Mansur).