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Estado de Minas

Motoristas do Uber vão recorrer à Justiça para poder trabalhar em Confins

Ação quer que eles não sejam autuados pela Polícia Militar e DER-MG


postado em 28/01/2016 12:30 / atualizado em 28/01/2016 12:44

Dois motoristas ligados ao Uber vão entrar na Justiça ainda nesta quinta-feira para conseguir liminares que garantam que eles possam levar passageiros até o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para isso, os advogados responsáveis pelas ações vão impetrar mandados de segurança contra a Polícia Militar (PM) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG).

“Meu objetivo é que eles possam ir até o Aeroporto de Confins normalmente, sem ser incomodados por qualquer tipo de fiscalização”, explica o advogado Bernardo Diogo de Vasconcelos.

Na noite de quarta-feira, o juiz Maurício Leitão Linhares, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, concedeu liminar a um motorista do Uber, impedindo que ele seja alvo de fiscalização da Guarda Municipal por transporte clandestino definido pelo decreto municipal 16.195. Vasconcelos e a advogada Domitila Assis Santos entraram com o mandado de segurança na semana passada. O nome do motorista não foi divulgado e o processo corre em segredo de Justiça. Ainda cabe recurso. Nesta manhã, a Prefeitura de Belo Horizonte disse quem nem o Executivo nem a Guarda Municipal comentam decisões judiciais.

Em sua decisão, Linhares diz que o Uber atende um “interesse público de melhoria da mobilidade urbana”, e que o transporte não é clandestino. “(...) a referida atividade não poderia ser considerada clandestina, uma vez que não há manifesta violação ao ordenamento jurídico, pelo contrário, a Constituição Federal consagra como direito fundamental a livre iniciativa, o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão.”.

A liminar expedida ontem vale apenas para o motorista que entrou com a ação. Mas os advogados dizem que têm um cadastro com outros 400 condutores que também podem acionar a Justiça. “Essa decisão vale só para esse motorista, abre precedente. Cada pessoa deverá procurar um advogado e entrar com o seu pedido individual, já que eles não têm uma associação, algo assim. Se tivessem uma associação ou sindicato poderiam entrar com o pedido coletivo”.

Na tarde passada, outro defensor impetrou um mandado de segurança preventiva para garantir na Justiça o direito de o motorista de Uber Leonardo Mendes Padilha, de 37 anos, continuar trabalhando, mesmo depois de regulamentada a Lei 10.900. O mandado foi impetrado na Vara da Fazenda Pública e defende que Leonardo tem o trabalho com Uber como o principal sustento da família.


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