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Estado de Minas

Pesquisa mostra que 72% dos taxistas são contra a legalização do Uber

Levantamento realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que 68,6% dos taxistas perceberam impacto negativos com o aplicativo nas cidades onde a empresa atua


postado em 28/01/2016 14:07 / atualizado em 28/01/2016 14:54

Motoristas do Uber tentam rodar por BH com medidas judiciais(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Motoristas do Uber tentam rodar por BH com medidas judiciais (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta quinta-feira mostra que 92,1% dos motoristas já ouviram falar do aplicativo. Desse total, 72% são contra a legalização. Nas cidades onde a empresa atua, como Belo Horizonte, 68,6% dos taxistas perceberam impacto negativo no seu faturamento por causa do aplicativo.

A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 14 de novembro do ano passado em locais de grande fluxo de taxistas em 12 unidades da federação. Os taxistas foram ouvidos nas regiões centrais, aeroportos, estações rodoviárias, estações de metrôs e de trens urbanos. Foram 1.001 motoristas entrevistados, que responderam questões sobre a concorrência com o Uber, saúde, rotina de trabalho e segurança.

Com a entrada do Uber no mercado, vários atritos entre as duas categorias foram registrados. Na capital mineira não foi diferente. Porém, o aplicativo também forçou uma mudança de hábito dos motoristas de táxi, pois atua com carros de luxo e oferece água e balas aos passageiros. Na pesquisa, 59,9% dos entrevistados consideram a possibilidade de oferecer um serviço diferenciado nos veículos para torná-lo o serviço mais vantajoso na concorrência com o Uber.

Em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, cidades onde o Uber atua, 68,6% dos taxistas perceberam impacto negativo em sua atividade devido ao aplicatibvo, pois houve diminuição de passageiros. Segundo a pesquisa, 94,9% dos motoristas de táxi acreditam que houve diminuição dos serviços em 2015. Destes, 43% citaram como motivo a crise econômica e 30,3% a consequência do transporte clandestino/ilegal.

Batalhas judiciais

Os motoristas do Uber estão recorrendo à Justiça para poder trabalhar em Belo Horizonte. Decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte concedeu liminar a um motorista parceiro do Uber para que continue exercendo a atividade por meio do aplicativo. Os advogados do homem, que não teve o nome divulgado, entraram com um mandado de segurança preventivo na semana passada, deferido pelo juiz Maurício Leitão Linhares na noite de quarta-feira.

Na tarde de quarta-feira, o motorista de Uber Leonardo Mendes Padilha, de 37 anos, entrou com um mandado de segurança preventivo na Vara da Fazenda Pública. Leonardo defende que tem o trabalho com Uber como o principal sustento da família. O homem trabalha como motorista do aplicativo há cerca de cinco meses e afirma que suas principais conquistas vieram com a renda desse serviço. O mandado ainda não foi julgado.

Outros dois motoristas ligados ao Uber vão entrar na Justiça ainda nesta quinta-feira para conseguir liminares que garantam que eles possam levar passageiros até o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para isso, os advogados responsáveis pelas ações vão impetrar mandados de segurança contra a Polícia Militar (PM) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG). “Meu objetivo é que eles possam ir até o Aeroporto de Confins normalmente, sem ser incomodados por qualquer tipo de fiscalização”, explica o advogado Bernardo Diogo de Vasconcelos. (Com informações de Cristiane Silva e Paula Carolina)


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