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Estado de Minas

Paciente internada com Síndrome de Guillain-Barré precisa de 17 doadores de sangue por dia

Tratamento para combater doença rara, que causa paralisia, é feito com base na troca do plasma sanguíneo


postado em 28/01/2016 20:22 / atualizado em 28/01/2016 20:44

(foto: Arquivo Pessoal)
(foto: Arquivo Pessoal)
Desde a última segunda-feira, a empresária Fabiana Paula Ravaiane, de 41 anos, moradora de Belo Horizonte, conta com a colaboração de amigos na ajuda para combater a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença rara, que causa paralisia e pode atingir inclusive o sistema respiratório. Nos últimos meses, a síndrome passou a ser mais conhecida por ser um dos problemas que pode estar relacionado ao zika vírus. Mas tem outras causas e, no caso de Fabiana, tudo indica que não há essa relação. O procedimento iniciado na segunda-feira é denominado plasmaférese, uma técnica de transfusão que consiste na troca do plasma sanguíneo. Fabiana necessita de 17 bolsas por dia. E cada bolsa corresponde a um doador, que pode ser de qualquer tipo sanguíneo.

"Esse tratamento depende de doação porque é a troca do plasma. O Biocor não tem grande estoque. Tanto que no primeiro dia só havia 12 bolsas. E preciso de 17 por dia, levando-se em conta meu peso e altura. Inicialmente será feito durante oito dias. Mas ainda está indeterminado. Tanto pode durar oito como 30 dias ou mais", afirma Fabiana, que até essa quarta-feira estava internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Biocor. Transferida para um quarto, falou com a reportagem na tarde desta quinta-feira.

"Fui de CTI para CTI, pois primeiro fui internada no Hospital Madre Teresa. Mas saí do CTI ontem (nessa quarta-feira). Como estou muito lúcida, estão confiando e não acreditam que eu vá ter uma parada respiratória de um dia para ouro. Sou capaz de falar o que estou sentindo", continua a empresária, consciente da gravidade da doença, mas confiante na cura.
Fabiana deixou o CTI nessa quarta-feira, mas mantém o tratamento que precisa de 17 doadores por dia(foto: Arquivo Pessoal)
Fabiana deixou o CTI nessa quarta-feira, mas mantém o tratamento que precisa de 17 doadores por dia (foto: Arquivo Pessoal)

A Síndrome de Guillain-Barré afeta o sistema nervoso e ataca diretamente uma proteína que reveste os nervos, retardando a velocidade da condução dos estímulos motores. A consequência é a fraqueza muscular progressiva e ascendente, que começa nas pernas, mas pode subir para o tronco, braços e pescoço e também atingir os músculos da face e a respiração. No caso de Fabiana, os movimentos foram perdidos das costelas para baixo, mas podem ser recuperados no decorrer do tratamento.

"Sei que é normal tudo que está acontecendo. Mas estou com a cabeça muito boa. A intenção agora é fazer com que a doença pare de progredir", diz. "O mais legal disso tudo é ver que as pessoas entram na corrente de solidariedade e param para pensar. Eu, por exemplo, nunca tinha pensado em doar sangue antes. E aqui no hospital mesmo estou vendo a carência de doação. Tinha uma paciente que precisava de plaquetas. E não tinha. Mas com as doações que vieram pra mim foi possível aproveitar as plaquetas pra ela", observa Fabiana, lembrando que a doação consiste em três partes, plasma, plaquetas e hemáceas. Sendo que no caso dela é usado somente o plasma.

Embora a Síndrome de Guillain-Barré possa estar relacionada ao zika vírus, há outras causas. A síndrome ocorre quando o sistema imunológico, que é responsável pela defesa do corpo contra organismos invasores, começa a atacar os próprios nervos, danificando-os gravemente. A causa que levou Fabiana a desenvolver a doença, segundo ela, ainda é desconhecida, mas não se acredita que tenha relação com o vírus que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Procurado, o Hospital Biocor não quis comentar o caso.

DOAÇÕES As doações de sangue para Fabiana Paula Bezerra Ravaiane devem ser feitas diretamente no Hospital Biocor, que fica na Rua da Paisagem, 250, Vila da Serra, 1º andar. Podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30, e aos sábados, das 8h às 11h30 (mediante agendamento). Informações: (31) 3289-5107/5264 ou bsangue@biocor.com.br.


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