A nota técnica destaca 19 pontos no plano da mineradora em que fica demonstrada a falta de propostas concretas. No prazo estipulado, a empresa deverá complementar todo o documento, com um levantamento aprofundado dos impactos, entre os quais, os causados a jusante da usina hidrelétrica de Candonga, que no plano de reestruturação da mineradora foram minimizados. “Pode-se observar que o levantamento dos impactos foi feito de maneira genérica e superficial, sem considerar o imenso volume de informações produzidas e disponíveis até o momento”, assinala a nota.
Na análise dos técnicos do Ibama, as medidas de recuperação ambiental da Samarco são genéricas, além pouco detalhadas e fundamentadas do ponto de vista metodológico e científico. “A falta de detalhamento das ações propostas impede uma avaliação mais detida sobre a metodologia proposta e a adequabilidade à situação em tela”, aponta a nota técnica do instituto. Também é questionada a falta de prazos definidos, o que impossibilita qualquer monitoramento das atividades a serem desenvolvidas por parte dos órgãos competentes.
Em 30 de dezembro a Samarco foi notificada pelo Ibama para apresentar o plano de restauração ambiental das áreas atingidas em Minas Gerais e Espírito Santo.
No texto, três ações “iniciais” são propostas para imediata adoção: controlar a liberação de sólidos em suspensão da área de Fundão (Córrego Santarém); controlar erosão adicional das áreas expostas já erodidas e erosão de pontos com rejeitos acumulados entre Bento Rodrigues até a barragem de Candonga; e implementar um programa de monitoramento da qualidade da Áágua atualizado.
Outras três iniciativas propostas dependeriam de informações adicionais e, portanto, seriam implementadas posteriormente, de acordo com o documento da Samarco. São elas, a remoção de sólidos depositados (rejeitos e solos), restauração do ecossistema e atividades de recuperação para a zona costeira. A reportagem não conseguiu contatar a empresa na noite de ontem..