Motoristas de táxi e do Uber voltaram a se enfrentar nas ruas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desta vez, o condutor do aplicativo de carona paga teve o vidro do carro quebrado por uma pedra jogada por taxistas na porta de uma boate na Rua Senador Milton Campos, na divisa entre a capital mineira e Nova Lima. Ninguém foi preso.
De acordo com a estudante Beatriz de Vilhena Parreira, de 23 anos, a confusão aconteceu por volta das 3h deste sábado. Ela e uma amiga decidiram chamar um carro do Uber para levá-las para casa. Mas, quando o veículo chegou começou a confusão. “Nós já tínhamos entrado no carro. Alguns taxistas se aproximaram e começaram a protestar verbalmente, dizendo que ali não havia espaço para Uber. Alguns segundos depois, uma pedra veio do outro lado e acertou o vidro lateral do motorista, que se feriu no braço”, conta a jovem.
Mesmo com o vidro quebrado, o condutor seguiu e as passageiras protestaram contra os taxistas. “Nós gritamos e pedimos para eles pararem. Mas, acabamos sendo agredidas verbalmente”, disse Beatriz. Pouco tempo depois, eles encontraram uma viatura da Polícia Militar (PM). Os policiais foram até o local onde aconteceu a confusão, mas nenhum suspeito foi encontrado.
A estudante conta que sempre toma o cuidado na hora de acionar o serviço de carona paga para evitar confusões. “Normalmente, eu evito pedir onde tem aglomerado de taxistas, mas dessa vez a gente não olhou como estava lá fora antes”, comentou.
Justiça
A disputa entre Uber e Táxi foi parar na Justiça. Um condutor do aplicativo de caronas pagas obteve uma liminar nessa sexta-feira que lhe garante o direito de continuar operando na capital mineira. A decisão juiz Adriano de Mesquita Carneiro, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, garante que o motorista possa continuar trabalhando mesmo depois de regulamentada a Lei 10.900, de 8 de janeiro, que altera a maneira como o aplicativo Uber poderá continuar operando na cidade. Pela nova lei, que tem 60 dias para ser regulamentada e entrar em vigor, aplicativos de transporte pago de passageiros só poderão operar na capital mineira se usarem mão de obra de motoristas licenciados pela BHTrans, ou seja, taxistas.
A decisão sobrepõem, inclusive, ao Memorando 200.3/15, da Polícia Militar, que traz orientações sobre como proceder ao autuar motoristas de transporte de passageiros considerado irregular, a exemplo de quem trabalha com Uber.