As fortes chuvas em Minas, muitas vezes associadas à falta de preservação, provocaram estragos no patrimônio cultural. Cidades dos tempos coloniais como Bonfim, a 90 quilômetros de Belo Horizonte, e Ouro Preto, a 95 quilômetros, ambas na Região Central, e Paracatu, a 503 quilômetros, no Noroeste, trazem as marcas que deixam os moradores e defensores do conjunto arquitetônico preocupados e em alerta. Se vier mais água na mesma intensidade, acreditam, os efeitos poderão ser piores.
Em Bonfim, o dano foi no muro do Santuário do Senhor do Bonfim, construção do século 18 localizada no Centro. No sábado passado, três metros do muro centenário caíram, levando as autoridades a isolar área e obrigando bombeiros e a Defesa Civil a entrar em ação. Segundo moradores, a chuva teve sua parte nessa história, mas a responsabilidade maior é da prefeitura, que, no ano passado, iniciou a construção de banheiros públicos no local, numa iniciativa embargada.
Para fazer a construção dos sanitários, foi necessária a demolição de uma escada igualmente centenária, o que deixou a área vulnerável, sujeita a desmoronamento. Diante da agressão ao patrimônio e de um laudo, o Ministério Público foi acionado em 20 de outubro e a obra, paralisada. “Estamos preocupados com a situação, pois tememos que, com a queda do muro, a estrutura do santuário seja afetada”, disse o titular da Paróquia do Senhor do Bonfim, padre Pedro de Souza Silva. A igreja é tombada pelo patrimônio municipal.
Um morador, que prefere não se identificar, afirma que, se a prefeitura não tivesse insistido em construir os banheiros públicos, nada disso teria ocorrido. “É um absurdo fazer uma obra dessas ao lado de uma construção do século 18. Além de tudo, cobriram com uma lona. Cheia de água, certamente vai virar criadouro de mosquito-da-dengue”, afirmou.
O secretário municipal de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo de Bonfim, Reginaldo Marcelino de Oliveira, explicou que a prefeitura tomou todas as providências e começou os reparos no muro. Na sua avaliação, a estrutura caiu devido às chuvas, e não à obra de construção dos banheiros. “Chamamos os bombeiros e a Defesa Civil, isolamos a área e agora o serviço está sendo feito”, esclareceu Reginaldo.
JOIA BARROCA O distrito de São Bartolomeu é um dos mais antigos de Ouro Preto, e, conforme estudiosos, até anterior a Vila Rica, primitivo nome da cidade reconhecida como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A população desse distrito bucólico e de doces considerados patrimônio imaterial do município está agora de “olho arregalado” na Igreja de São Bartolomeu, cujo muro está ameaçado de cair. “Ele é a base de sustentação da igreja”, diz um morador, lembrando que a obra está inscrita no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Histórias, embora a restauração não tenha data para começar.
De acordo com a assessoria da Prefeitura de Ouro Preto, técnicos da Defesa Civil já estiveram no local por duas vezes, verificando que não há perigo de o muro ruir. Funcionários explicam que houve um “embarrigamento” da estrutura, sem maiores riscos. O problema piorou com as chuvas dos últimos dias. “A infiltração do muro se agravou”, relata o presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário de São Bartolomeu, Júlio Gori. Ele cita a ocorrência de trincas na parede da Igreja.
Já em Paracatu, o problema é no Cemitério de Santa Cruz, no Centro da cidade, com mais de 100 anos. No fim de dezembro, o muro caiu na rua, embora sem deixar feridos. “A situação é grave, pois o cemitério está aberto e apenas com um tapume. Há grande umidade na estrutura antiga. Agora, ficou mais fácil entrar e furtar a decoração dos túmulos”, contou, alarmado, um morador de Paracatu.
Em Bonfim, o dano foi no muro do Santuário do Senhor do Bonfim, construção do século 18 localizada no Centro. No sábado passado, três metros do muro centenário caíram, levando as autoridades a isolar área e obrigando bombeiros e a Defesa Civil a entrar em ação. Segundo moradores, a chuva teve sua parte nessa história, mas a responsabilidade maior é da prefeitura, que, no ano passado, iniciou a construção de banheiros públicos no local, numa iniciativa embargada.
Para fazer a construção dos sanitários, foi necessária a demolição de uma escada igualmente centenária, o que deixou a área vulnerável, sujeita a desmoronamento. Diante da agressão ao patrimônio e de um laudo, o Ministério Público foi acionado em 20 de outubro e a obra, paralisada. “Estamos preocupados com a situação, pois tememos que, com a queda do muro, a estrutura do santuário seja afetada”, disse o titular da Paróquia do Senhor do Bonfim, padre Pedro de Souza Silva. A igreja é tombada pelo patrimônio municipal.
Um morador, que prefere não se identificar, afirma que, se a prefeitura não tivesse insistido em construir os banheiros públicos, nada disso teria ocorrido. “É um absurdo fazer uma obra dessas ao lado de uma construção do século 18. Além de tudo, cobriram com uma lona. Cheia de água, certamente vai virar criadouro de mosquito-da-dengue”, afirmou.
O secretário municipal de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo de Bonfim, Reginaldo Marcelino de Oliveira, explicou que a prefeitura tomou todas as providências e começou os reparos no muro. Na sua avaliação, a estrutura caiu devido às chuvas, e não à obra de construção dos banheiros. “Chamamos os bombeiros e a Defesa Civil, isolamos a área e agora o serviço está sendo feito”, esclareceu Reginaldo.
JOIA BARROCA O distrito de São Bartolomeu é um dos mais antigos de Ouro Preto, e, conforme estudiosos, até anterior a Vila Rica, primitivo nome da cidade reconhecida como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A população desse distrito bucólico e de doces considerados patrimônio imaterial do município está agora de “olho arregalado” na Igreja de São Bartolomeu, cujo muro está ameaçado de cair. “Ele é a base de sustentação da igreja”, diz um morador, lembrando que a obra está inscrita no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Histórias, embora a restauração não tenha data para começar.
De acordo com a assessoria da Prefeitura de Ouro Preto, técnicos da Defesa Civil já estiveram no local por duas vezes, verificando que não há perigo de o muro ruir. Funcionários explicam que houve um “embarrigamento” da estrutura, sem maiores riscos. O problema piorou com as chuvas dos últimos dias. “A infiltração do muro se agravou”, relata o presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário de São Bartolomeu, Júlio Gori. Ele cita a ocorrência de trincas na parede da Igreja.
Já em Paracatu, o problema é no Cemitério de Santa Cruz, no Centro da cidade, com mais de 100 anos. No fim de dezembro, o muro caiu na rua, embora sem deixar feridos. “A situação é grave, pois o cemitério está aberto e apenas com um tapume. Há grande umidade na estrutura antiga. Agora, ficou mais fácil entrar e furtar a decoração dos túmulos”, contou, alarmado, um morador de Paracatu.