As novas movimentações de terra na Barragem do Fundão, registradas na última quarta-feira, 81 dias depois da tragédia de Mariana, geraram instabilidade "principalmente no dique de Sela", estrutura que sustenta a Barragem de Germano, a maior dentre as barragens de rejeitos da mineradora Samarco na região.
Segundo o tenente-coronel, a mineradora Samarco comprometeu-se a apresentar nesta terça-feira, espontaneamente, o material. Caso isso não ocorra, a gravação deverá ser requisitada oficialmente pelo promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO) das Promotorias de Meio Ambiente. “Não podemos correr novos riscos de rompimentos”, alertou o promotor, mostrando-se preocupado com um vídeo gravado pela própria empresa, que mostra quase 10 minutos da movimentação de parte dos 10 a 20 milhões de metros cúbicos de terra, água e lama que permaneceram retidos em Fundão, mesmo após o rompimento, equivalentes a 20% da capacidade total da barragem.
Na verdade, a nova movimentação de terra (desplacamento) ocorrida na quarta-feira teria sido a maior já registrada desde a ruptura de 5 de novembro, provocada pelas chuvas intensas em Mariana. “ Já sobrevoamos o local com a geóloga do Ministério Público e observamos que não houve trincas novas na estrutura”, garantiu o tenente-coronel. “Também o corpo do dique de Sela não foi afetado, conforme mostraram os radares geotécnicos instalados pela empresa no local. Toda a área está sendo monitorada por câmeras 24 horas”, completou ele, que não soube dizer se os funcionários da Samarco retornaram aos trabalhos.
MONITORAMENTO Por meio da assessoria de imprensa, a Samarco informa que as movimentações de terra são esperadas em função das chuvas acima da média histórica do período e que “o extravasor da barragem está aberto, permitindo o escoamento do material”. A empresa esclarece ainda os funcionários retornaram ao trabalho no dia seguinte ao deslocamento.
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