A Prefeitura de Belo Horizonte estuda concluir as obras necessárias de acabamento da Avenida Pedro I por conta própria e entrar na Justiça contra a Cowan pedindo o ressarcimento dos custos. Mais de 17 meses depois do desabamento do Viaduto Batalha dos Guararapes, que matou duas pessoas e deixou outras 23 feridas, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura diz que a construtora praticamente se desmobilizou e não vem assumindo suas responsabilidades no fim do contrato, que previa a duplicação da avenida e instalação do BRT no trecho. Apesar de o trânsito já estar liberado desde 2014, com três faixas em cada sentido para carros pequenos e duas para o Move, a obra nunca foi completamente finalizada.
Quem passa todos os dias pela avenida percebe inúmeros problemas, especialmente nas calçadas, que estão mal acabadas, cheias de buracos e desniveladas, e que dão uma aparência muito ruim a uma via que deveria ser exemplo de urbanização. Pedestres correm riscos ao evitar os passeios com problemas e ao transitar na beirada das ruas. A empresa, por sua vez, diz que nunca abandonou as obras, que o contrato chegou a ser paralisado pela própria prefeitura em outubro e afirma ter sido informada que a PBH não tem mais interesse de que a Cowan conclua as intervenções.
“Essas questões de acabamento realmente precisam ser concluídas. É um final de contrato sobre que a gente vai ter que tomar uma decisão. Ou a empresa faz ou a gente faz e entra com uma ação indenizatória”, afirma o secretário de Obras de Belo Horizonte, Josué Valadão. Em julho de 2014, quando a avenida já estava liberada para o tráfego em sua nova configuração, uma das duas alças do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou. A segunda alça precisou ser demolida, e, desde então, a Cowan continuou o trabalho focada nas questões relacionadas às duas alças do elevado. Serviços importantes de acabamento da obra ficaram de lado.
A maioria dos problemas está nas calçadas que ficam no sentido Centro da Pedro I, lado que teve a maior quantidade de desapropriações, e, por isso, precisou de novos passeios. Entre as estações do Move Cristiano Guimarães e Planalto, no Bairro São João Batista, na Região de Venda Nova, há um pedaço da calçada que virou um misto de pedras e terra, que, segundo moradores da região, já está desse jeito há alguns meses. Sem ter como transitar pelo passeio, resta aos moradores usar a sarjeta da rua, onde passam espremidos por carros. A maquiadora Vanessa Carvalho, de 23 anos, pega ônibus todos os dias na Estação Planalto do Move e reclama da situação, considerada precária. “Há pelo menos quatro meses está desse jeito. Eu fico pensando como fazem as pessoas que usam cadeira de rodas, idosos e mães com crianças de colo. Isso já deveria ter terminado há muito tempo. Além disso, o risco de acidente é grande ao passarmos pela rua”, afirma.
A alguns metros dali, uma lona preta com 24 metros de comprimento cobre toda a calçada. É possível perceber que o material está tampando um desnível e vários buracos. Algumas pessoas passam por cima da lona, que pode esconder as imperfeições e causar acidentes. Outras preferem a rua. Em frente ao número 3.048, ainda no Bairro São João Batista, há uma interrupção do revestimento de ladrilhos hidráulicos da calçada por uma faixa de britas, o que incomoda Cláudia Aparecida de Oliveira, de 37, que caminha com a pequena Yasmin, de dois anos, e a filha mais velha, Ana Luiza, de 13. “Passo por aqui todo dia e acho perigoso, principalmente quando estou com minha filha no colo. Fico com medo de tropeçar nas pedras ou nessa tampa mais alta”, afirma.
Um local que carece de acabamento há mais de um ano é a parte sob o Viaduto João Samaha, também no São João Batista. O local recebe trânsito intenso de pedestres, mas a calçada nunca foi construída. A auxiliar administrativa Margareth Santos, de 55, diz que quando chove fica com os pés cheios de barro. “Isso não está certo. Deveria ser uma coisa benfeita, com grama e cimento para que a gente pudesse caminhar com segurança e conforto”, afirma. Os problemas não se resumem apenas às calçadas. Na entrada da trincheira que dá acesso à Avenida Vilarinho pela Pedro I, o semáforo está adaptado por meio de uma gambiarra. Os seis postes que sustentam os sinais estão escorados em blocos precários de concreto e os fios passam por cima da avenida. A sinalização de trânsito nesse ponto ainda persiste com cones e cavaletes de plástico, que constantemente são atingidos por veículos e ficam amassados. Consultada pela reportagem, a BHTrans informou que a sinalização definitiva na região depende, justamente, da conclusão das obras no local.
O secretário de Obras de BH diz que os problemas serão resolvidos antes da saída do prefeito Marcio Lacerda. “A verdade é que a empresa se desmobilizou depois da queda do viaduto. E aí fica uma série de discussões contratuais. O processo foi bastante prejudicado pelo caso do viaduto. Então, realmente é uma coisa que agora precisamos ter uma definição”, acrescenta Valadão. O secretário diz ainda que a empresa chegou a fazer algumas adequações na Avenida Portugal, mas o ajuste final ficou pendente.
Em nota, a Cowan informou que em nenhum momento se recusou a concluir as obras das avenidas Pedro I e Vilarinho e que o contrato foi paralisado pela PBH em outubro. A empresa diz ainda que, em reunião na última segunda-feira, foi informada pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) que não é mais interesse da administração municipal que a Cowan finalize as obras para concluir o contrato.
Quem passa todos os dias pela avenida percebe inúmeros problemas, especialmente nas calçadas, que estão mal acabadas, cheias de buracos e desniveladas, e que dão uma aparência muito ruim a uma via que deveria ser exemplo de urbanização. Pedestres correm riscos ao evitar os passeios com problemas e ao transitar na beirada das ruas. A empresa, por sua vez, diz que nunca abandonou as obras, que o contrato chegou a ser paralisado pela própria prefeitura em outubro e afirma ter sido informada que a PBH não tem mais interesse de que a Cowan conclua as intervenções.
“Essas questões de acabamento realmente precisam ser concluídas. É um final de contrato sobre que a gente vai ter que tomar uma decisão. Ou a empresa faz ou a gente faz e entra com uma ação indenizatória”, afirma o secretário de Obras de Belo Horizonte, Josué Valadão. Em julho de 2014, quando a avenida já estava liberada para o tráfego em sua nova configuração, uma das duas alças do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou. A segunda alça precisou ser demolida, e, desde então, a Cowan continuou o trabalho focada nas questões relacionadas às duas alças do elevado. Serviços importantes de acabamento da obra ficaram de lado.
A maioria dos problemas está nas calçadas que ficam no sentido Centro da Pedro I, lado que teve a maior quantidade de desapropriações, e, por isso, precisou de novos passeios. Entre as estações do Move Cristiano Guimarães e Planalto, no Bairro São João Batista, na Região de Venda Nova, há um pedaço da calçada que virou um misto de pedras e terra, que, segundo moradores da região, já está desse jeito há alguns meses. Sem ter como transitar pelo passeio, resta aos moradores usar a sarjeta da rua, onde passam espremidos por carros. A maquiadora Vanessa Carvalho, de 23 anos, pega ônibus todos os dias na Estação Planalto do Move e reclama da situação, considerada precária. “Há pelo menos quatro meses está desse jeito. Eu fico pensando como fazem as pessoas que usam cadeira de rodas, idosos e mães com crianças de colo. Isso já deveria ter terminado há muito tempo. Além disso, o risco de acidente é grande ao passarmos pela rua”, afirma.
A alguns metros dali, uma lona preta com 24 metros de comprimento cobre toda a calçada. É possível perceber que o material está tampando um desnível e vários buracos. Algumas pessoas passam por cima da lona, que pode esconder as imperfeições e causar acidentes. Outras preferem a rua. Em frente ao número 3.048, ainda no Bairro São João Batista, há uma interrupção do revestimento de ladrilhos hidráulicos da calçada por uma faixa de britas, o que incomoda Cláudia Aparecida de Oliveira, de 37, que caminha com a pequena Yasmin, de dois anos, e a filha mais velha, Ana Luiza, de 13. “Passo por aqui todo dia e acho perigoso, principalmente quando estou com minha filha no colo. Fico com medo de tropeçar nas pedras ou nessa tampa mais alta”, afirma.
Um local que carece de acabamento há mais de um ano é a parte sob o Viaduto João Samaha, também no São João Batista. O local recebe trânsito intenso de pedestres, mas a calçada nunca foi construída. A auxiliar administrativa Margareth Santos, de 55, diz que quando chove fica com os pés cheios de barro. “Isso não está certo. Deveria ser uma coisa benfeita, com grama e cimento para que a gente pudesse caminhar com segurança e conforto”, afirma. Os problemas não se resumem apenas às calçadas. Na entrada da trincheira que dá acesso à Avenida Vilarinho pela Pedro I, o semáforo está adaptado por meio de uma gambiarra. Os seis postes que sustentam os sinais estão escorados em blocos precários de concreto e os fios passam por cima da avenida. A sinalização de trânsito nesse ponto ainda persiste com cones e cavaletes de plástico, que constantemente são atingidos por veículos e ficam amassados. Consultada pela reportagem, a BHTrans informou que a sinalização definitiva na região depende, justamente, da conclusão das obras no local.
O secretário de Obras de BH diz que os problemas serão resolvidos antes da saída do prefeito Marcio Lacerda. “A verdade é que a empresa se desmobilizou depois da queda do viaduto. E aí fica uma série de discussões contratuais. O processo foi bastante prejudicado pelo caso do viaduto. Então, realmente é uma coisa que agora precisamos ter uma definição”, acrescenta Valadão. O secretário diz ainda que a empresa chegou a fazer algumas adequações na Avenida Portugal, mas o ajuste final ficou pendente.
Em nota, a Cowan informou que em nenhum momento se recusou a concluir as obras das avenidas Pedro I e Vilarinho e que o contrato foi paralisado pela PBH em outubro. A empresa diz ainda que, em reunião na última segunda-feira, foi informada pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) que não é mais interesse da administração municipal que a Cowan finalize as obras para concluir o contrato.