“O trem corre no trilho da Central do Brasil”, mas também percorreu a Avenida Afonso Pena na noite de ontem.
Já prevendo arrastar uma multidão, o bloco, que desfila desde 2012, mudou o trajeto. Nos anos anteriores, fazia o esquenta na Praça da Liberdade e depois seguia pela Avenida João Pinheiro. “Ficava muito apertado. A mudança é em prol da música e da tranquilidade do bloco”, lembrou Nara.
Para enfrentar o desafio do aumento do público, o bloco propôs um financiamento coletivo que segue aberto por todo o carnaval. Até ontem, a arrecadação estava em torno de R$ 25 mil, dos R$ 36 mil necessários para custear todos os gastos. Recorrer à colaboração espontânea dos foliões foi uma alternativa que muitos grupos encontraram para não depender do patrocínio comercial. “Vamos fazer um carnaval pacífico, que é um desafio quando há aglomeração de pessoas. A festa continua linda, embalada pelo amor de quem faz e ocupando as ruas da cidade”, reforçou Nara.
Durante todo o desfile, equipes da Superintendência de Limpeza Urbana aturam para recolher rastros que foliões de maneira mal-educada deixavam pelo caminho. “É muito trabalho. Tem lugar que é muito difícil de limpar, porque tem muita gente”, contou o gari Ubirajara de Souza Silva, de 42, que trabalhava em uma equipe com mais sete profissionais. Em meio à multidão, uma equipe da Belotur andou com placas de alerta para conscientizar sobre a importância de usar as lixeiras. Lembrando um dos memes mais populares da internet, elas traziam os dizeres: “Acabou, Jéssica? Então, joga o lixo aqui.”
O alô, alô do Síndico informando sobre o local onde desfilaria só foi dado na manhã de ontem, mas os fãs responderam prontamente. Foi o caso do professor Danilo Vasconcelos Morais, de 24.
Hoje é dia da festa do bloco Roda de Timbau, que se concentra às 17h embaixo do Viaduto Santa Tereza, no Centro de BH, mas a programação oficial dos grupos esquenta mesmo a partir de amanhã. Confira no quadro.