MP pode pedir transferência de chefes do tráfico na Serra para regime diferenciado

Promotor explica que esta é uma das medidas que podem ser tomadas após análise de provas que será feita pelo órgão, com auxílio das polícias Militar e Civil

Rafael Passos
Deputados e outras autoridades visitam a Aisp do Aglomerado da Serra nesta quinta-feira - Foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vai atuar com as polícias Militar e Civil na investigação sobre as gangues que comandam o tráfico no Aglomerado da Serra. Segundo o promotor Peterson Queiroz, o órgão vai analisar provas repassadas pela Polícia Civil. Após essa apuração, uma das medidas que podem ser tomadas pelo MP é pedir a transferência de alguns líderes do tráfico do aglomerado para prisões que tenham regimes diferenciados.

A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira, quando deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e outras autoridades visitam a Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) do Aglomerado da Serra.

Segundo o deputado João Leite (PSDB), membro da comissão e um dos autores do requerimento para a visita, entre os chefes do tráfico já identificados estão Wender Wesley Ferreira, conhecido como Peixinho. Ele é da Gangue da Sacramento e, mesmo preso na Penitenciária Dutra Ladeira, estaria comandando as ações no aglomerado. A polícia procura Clébio Pereira Rosa, o Clebinho, que tem mandado de prisão em aberto, e um homem identificado como Ceará, que também está em liberdade. Conforme o delegado Rodrigo Abelha, da Delegacia Sul, ação coordenada dos traficantes dificulta a prisão.
“Os líderes não atuam na linha de frente. Eles organizam as ações das gangues", explica.

O objetivo da visita dos parlamentares é conhecer a estrutura do local e o trabalho dos policiais diante dos conflitos com traficantes que vem assustando moradores nos últimos dias. Os deputados pretendem aproveitar a visita para ouvir a população e lideranças comunitárias do aglomerado. .