O ouvidor de Polícia do estado, Paulo Alkimim, considerou o episódio preocupante. “A polícia deve estar preparada para este tipo de ação, principalmente no carnaval, que hoje conta com a participação de muitas mulheres e crianças”, afirma.
O arquiteto Fernando Tourinho, de 30 anos, foi detido e levado para uma delegacia na Rua da Bahia. Ele relatou que, quando o cortejo chegou à Praça Raul Soares, por volta de meia-noite, a confusão começou. Tourinho disse que uma viatura da Rotam começou a se movimentar em direção aos ciclistas. “Parecia que queriam passar por dentro do bloco e muitas pessoas pediram que eles se acalmassem”, contou. O arquiteto relatou que pulou da bicicleta ao perceber que poderia ser atropelado pelo veículo. Conforme sua versão, a viatura atingiu a bike, que foi parar embaixo do carro.
O ciclista admitiu que ele e outros integrantes do bloco se exaltaram e protestaram. “Fiquei muito nervoso, em estado de choque. Não tem o menor sentido o que a PM fez”, afirmou. Em seguida, os policiais o imobilizaram e o levaram para a viatura, enquanto o grupo condenava a prisão. Ele diz ter sofrido ferimentos leves nos ombros e em um dos pés na ação policial. A PM sustenta ter sido atacada nesse momento a pedradas e pauladas, o que teria levado ao uso de bombas de efeito moral, tiros de balas de borracha e arma de choque.
'NORMAL' O capitão Flávio Santiago, assessor de imprensa da PM, classificou a ação como “normal” diante do apontou como “necessidade de reestabelecer a ordem” e criticou o fato de o bloco não ser cadastrado na Belotur. Como consta do boletim de ocorrência, ele acusa Fernando de ter jogado a bicicleta, atingindo o para-choque da viatura.
Um dos organizadores do bloco, Túlio Castanheira rebate a necessidade de cadastramento pelo fato de o movimento ser uma reunião frequente de amigos nas ruas de BH, que têm o mesmo direito de usar as vias que os carros: “Quando aconteceu a confusão, o bloco já estava quase todo na área da Praça Raul Soares, fora das pistas do trânsito, não tem explicação”..