A grande circulação do mosquito Aedes aegypti e o aumento assustador dos casos faz com que o alerta contra a dengue, a chikungunya, zika e, consequentemente, microcefalia continue ligado. Em um período de três dias, 9,5 mil novos casos prováveis de dengue foram registrados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), segundo boletim divulgado ontem. Janeiro e fevereiro somam 47.261 ocorrências. O número de casos prováveis no mês passado (46.589) já superou o registrado em janeiro de 2013 (35.565), ano em que o estado viveu grande epidemia. Ontem, mais uma morte relacionada à dengue foi confirmada na capital. Com isso, sobe para três o número de óbitos associados à doença no estado.
O segundo óbito relacionado à dengue em BH também foi ontem confirmado pela secretaria. Um homem de 31 anos, morador da Região Oeste, faleceu em 25 de janeiro, em hospital público. Os sintomas, segundo informações da SMSA, começaram no dia 15 daquele mês. Ele procurou atendimento na rede pública no mesmo dia, com alta e estabilidade clínica. No dia 20, retornou à mesma unidade sem melhora no quadro e foi transferido para hospital público. O quadro teria evoluído em função de uma provável infecção bacteriana associada.
Já os casos em investigação de febre zika e chikungunya no estado desaceleraram, de 50 para 44; e de 114 para 90, respectivamente. Microcefalia tem outros dois novos casos em investigação, segundo a SES.
BEBÊ DE CURVELO O caso de um bebê recém-nascido em Curvelo, Região Central de Minas, que teve a confirmação de zika em janeiro e foi enquadrado no protocolo de microcefalia do Ministério da Saúde por apresentar crânio com 32 centímetros de perímetro, ganhou novo capítulo com revisão do exame que descartou a doença. A área técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), segundo a SES, teria refeito os testes e revisto os dois diagnósticos. Procurada pela reportagem do Estado de Minas, a Fiocruz não informou o que teria causado a revisão nos testes. Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Curvelo não quis se manifestar sobre o assunto.
A SES afirmou que, ao considerar que a mãe não apresentou intercorrências no pré-natal e o recém-nascido vinha apresentando crescimento e desenvolvimento dentro dos padrões de normalidade, informou a situação à Fiocruz e solicitou uma revisão no diagnóstico laboratorial. A Fiocruz realizou um exame mais específico e informou ao Ministério da Saúde, que o retirou do boletim o caso de Minas Gerais. A ocorrência, então, foi descartada pela secretaria
FERIADÃO O crescente número de notificações de dengue em Minas fez com que a Secretaria de Estado de Saúde recomendasse aos municípios com média e alta incidência da doença, 300 casos por 100 mil habitantes, a garantia de atendimento aos usuários da rede pública de saúde durante o carnaval. A orientação é para que a gestão municipal estenda o horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS). A medida tem como objetivo evitar a superlotação das unidades de urgência e garantir o acesso ao atendimento.