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Estado de Minas

Dez coisas que (re)aprendi sobre o Carnaval de BH

Repórter Renan Damasceno fala sobre as novidades e lições dos blocos da capital no carnaval 2016: acordar cedo faz parte da rotina. Politização e respeito à diversidade deram o tom da folia


postado em 10/02/2016 06:00 / atualizado em 10/02/2016 09:20

(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Da Praça da Liberdade à da Estação, da Guaicurus ao Taquaril, de Santa Tereza ao Santo Antônio, descendo Bahia ou subindo Floresta, o belo-horizontino aprendeu a fazer carnaval na marra – e, nos últimos anos, se ajustou para conviver com ele. Se em 2014 e 2015 o desafio da cidade foi absorver o crescimento, a festa de Momo deste ano foi da afirmação e da luta dos blocos para não perder o caráter político e contestador, tão importante no ressurgimento da folia. O que, de certa forma, foi cumprido a contento.

Assim como os próprios organizadores ainda estão se aperfeiçoando, nós, os foliões, aprendemos a cada festa, ocupando melhor os espaços públicos, redescobrindo a cidade e respeitando diversidades. Portanto, nesta última edição do quarto ano da coluna Bloco do Eu Sozinho, faço uma retrospectiva do que aprendi e reaprendi sobre o carnaval de Belo Horizonte visitando algumas dezenas de blocos nos últimos quatro dias.

Acordar cedo
A mais dolorosa das missões foi necessária para aproveitar o Então, Brilha!, no sábado, e o Pena de Pavão de Krishna, no domingo, ambos com concentração aos primeiros raios de sol. Exigiram disciplina.

Pontualidade
Chegar na hora para não correr atrás do trio. O Baianas Ozadas (foto), que em anos anteriores chegou a atrasar duas horas, deixou a Praça da Liberdade às 11h e chegou à da Estação pontualmente às 15h.

Festa sob o sol
Sob sol de até 33°C, o carnaval de BH também se estabeleceu como festa diurna – à exceção do Alcova Libertina, que continua o dono da noite de domingo. Por volta da 23h, as ruas do Centro já começavam a esvaziar.

Ocupação da cidade
Blocos outsiders, fora da programação oficial, como Filhos de Tcha Tcha e Tico Tico Serra Copo, continuam imprescindíveis para manter o caráter independente da festa, levando carnaval para comunidades mais distantes.

Politização
Protestos contra a ação da Polícia Militar – que agiu com truculência nos blocos Bicicletinha e Tchanzinho Zona Norte – e faixas pedindo punição à Samarco pela tragédia de Mariana mostraram que o carnaval de BH é muito mais do que
bateria e samba no pé.

Respeito à diversidade
“Sejamos livres para amar sem preconceitos” foi a mensagem do Baianas Ozadas, que homenageou os 40 anos dos Doces Bárbaros. Mensagens pedindo respeito à diversidade e igualdade de gêneros foram vistas durante toda a festa.

Blocões e bloquinhos
Então, Brilha!, sábado; Alcova Libertina, domingo; Baianas Ozadas, segunda; estão estabelecidos como blocões, com mais de 40 mil pessoas. Mas a cidade ainda tem espaço para bloquinhos, que agradam a nichos – de fãs de heavy metal a aficionados por Star wars.

Chup-chups
Os chup-chups turbinados – com vodca, catuaba e cachaça misturados a polpa de frutas – foram a sensação do carnaval, diante da inflação da catuaba, grande vedete de 2015. Calor e preço (dois por R$ 5) foram os atrativos.

Profissionalização
Apostando em crowdfunding, festas para angariar fundos e doações, os blocos conseguiram se virar para melhorar o som. Cinco deles se juntaram para alugar um caminhão de som, que rodou todos os dias. A cereja do bolo foi o Magnólia, ontem, que amplificou o som da banda, fazendo um mardi gras à mineira pelas ruas do Caiçara.


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