Em uma folia, onde a máscara não é de carnaval, o encontro. Ela, agitada, falante, comunicativa. Ele, tímido e desconfiado. Os dois, de mesma idade, brincam em torno de uma varinha de condão, que transforma sapos em príncipes e princesas, num toque de mágica que extrapola a passagem do Bloco Angola Janga pela Rua da Bahia, no Centro de Belo Horizonte. O encontro foi no domingo, quando a pequena Sofia Martins, de 4 anos, desceu do apartamento onde mora com a mãe, na Rua da Bahia, para aproveitar a festa, uma das prediletas da menina. Vestida de joaninha, ela se rendeu à diversão com outras crianças. Mas foi com Jonathan Arthur, também de 4, que a brincadeira rendeu. Apesar de a máscara, não fazer parte da fantasia, era necessária para a menina, que está em tratamento oncológico. A cena flagrada pelo jornal Estado de Minas chamou a atenção de leitores e internautas pela delicadeza da imagem, que tinha até a tarde de ontem cerca de 2.500 curtidas e mais de 600 compartilhamentos.
Para Jonathan, que mora com a família no Bairro Aparecida, Região Noroeste da cidade, este não foi o primeiro carnaval em BH, mas, para Sofia, foi a estreia. A menina mora na capital desde maio do ano passado quando se mudou de São Domingos do Prata, na Região Central de Minas, para dar início ao tratamento. A cura do neuroblastoma cervical fez Sofia e sua mãe, Ana Emília Martins Nunes, de 32 anos, mudarem também suas rotinas, hoje centradas em sessões de químio e radioterapia, além de internações. Logo após o diagnóstico, ainda em sua cidade natal, a menina ficou internada 30 dias no Hospital Santa Casa de Belo Horizonte. De lá pra cá, já foram outras três permanências, mais curtas, no hospital, para cuidados médicos; 10 sessões de químio e mais 12 de radioterapia no Hospital da Baleia.
Para a mãe, que acompanha a luta da pequena Sofia, seria bom se tudo se resolvesse com o mesmo toque de mágica da brincadeira da filha com Jonathan, no carnaval. Mas ela sabe do longo caminho – ainda será preciso fazer cirurgia para retirada do tumor. Segundo Ana Emília, Sofia não sente dores e tem muito pouco efeito colateral por causa do tratamento. “Mesmo com toda medicação, ela só tem algumas alterações de humor”, explica a mãe, que diz contar com o apoio da família e encontrar serenidade na força cotidiana da menina. “Por ela ser essa luz em nossas vidas, essa menina encantadora e tão alegre, a gente passa tudo com muita tranquilidade”, diz Ana, que é funcionária pública.
E basta pouco para chegar a essa certeza. Sofia é do tipo popular, que bate-papo, conta histórias enquanto brinca com suas bonecas, tem desenvoltura pra dançar e cumprimenta os vizinhos pelo corredor do prédio onde mora. Ansiosa pela entrevista, foi receber a reportagem do EM já no elevador do edifício onde mora. E estava fantasiada e de rosto pintado. Para ela, batom é item essencial. “Adoro maquiagem”, diz, empolgada, a menina que fala com alegria sobre a festa momesca. “Carnaval é muito bom porque todo mundo fica fantasiado. Até mesmo quem não usa fantasia todo dia”, afirma a menina. Ela revelou que usa todos os seus adereços festivos, mesmo em “dias normais”. “Tenho cinco fantasias: a de oncinha, da Frozen, de joaninha, de bruxa e da Mulher Maravilha.” E até nas sessões de quimioterapia, ela vai fantasiada. “Ela é quase uma celebridade no hospital. Conversa com todos. Médicos, enfermeiros, pacientes e seus parentes, palhaços. E é também muito querida por todos”, conta a mãe.
Mas é da fantasia da Mulher Maravilha que ela mais gosta. A preferência não é à toa. Ao explicar o motivo, Sofia diz que a personagem é uma heroína, uma guerreira e tem superpoderes. “Eu também sou forte. Por isso gosto mais dessa”, diz a menina enquanto pula, corre, desfila, sorri e posa pra foto na sala de casa.
'DE MANSINHO' Jonathan não tem a mesma desenvoltura nos primeiros encontros e demora a se soltar quando conhece alguém. Foi assim quando recebeu a reportagem do EM e também quando conheceu Sofia. “Ele foi chegando de mansinho, devagar, até começar a brincar com ela. E se deram superbem. Brincaram por quase uma hora”, conta a avó materna Fabíola Prudêncio, de 44 anos, que levou o menino para aproveitar o carnaval na companhia da filha e da sobrinha, no Centro de BH. “E eu não queria ir embora”, revelou o menino, que também adora super-heróis. No domingo, estava vestido de Capitão América e recebeu o EM fantasiado de Super-Homem. “Paramos na praça (Afonso Arinos), porque ali estava mais tranquilo para ficar com criança. E conhecemos Sofia e a mãe dela por acaso. Mas eles se gostaram e ficaram brincando”, disse a avó. O pequeno é apaixonado por música e, depois de ganhar da família vários instrumentos de brinquedo (ele tem guitarra, flauta, sanfona e violão), diz ter o sonho de aprender a tocar. “Eu quero tocar na televisão”, conta Jonathan.
Para ambas as famílias, ver a foto da duplinha estampada na capa do Estado de Minas foi uma surpresa mais que agradável. “Fiquei encantada. Achei a foto linda. Admirei a sensibilidade do fotógrafo em captar aquele momento meigo”, disse Fabíola. A mãe da menina também ficou maravilhada. “Eu vi que ele estava fotografando o carnaval, mas jamais imaginei que tivesse feito aquela foto tão linda”, disse Ana, quando foi interrompida por Sofia. “Eu adorei. porque nunca tinha saído na capa do jornal. Nem mesmo de revista”.
Assista ao vídeo da entrevista com Sofia Martins e Jonathan Arthur
Para Jonathan, que mora com a família no Bairro Aparecida, Região Noroeste da cidade, este não foi o primeiro carnaval em BH, mas, para Sofia, foi a estreia. A menina mora na capital desde maio do ano passado quando se mudou de São Domingos do Prata, na Região Central de Minas, para dar início ao tratamento. A cura do neuroblastoma cervical fez Sofia e sua mãe, Ana Emília Martins Nunes, de 32 anos, mudarem também suas rotinas, hoje centradas em sessões de químio e radioterapia, além de internações. Logo após o diagnóstico, ainda em sua cidade natal, a menina ficou internada 30 dias no Hospital Santa Casa de Belo Horizonte. De lá pra cá, já foram outras três permanências, mais curtas, no hospital, para cuidados médicos; 10 sessões de químio e mais 12 de radioterapia no Hospital da Baleia.
Para a mãe, que acompanha a luta da pequena Sofia, seria bom se tudo se resolvesse com o mesmo toque de mágica da brincadeira da filha com Jonathan, no carnaval. Mas ela sabe do longo caminho – ainda será preciso fazer cirurgia para retirada do tumor. Segundo Ana Emília, Sofia não sente dores e tem muito pouco efeito colateral por causa do tratamento. “Mesmo com toda medicação, ela só tem algumas alterações de humor”, explica a mãe, que diz contar com o apoio da família e encontrar serenidade na força cotidiana da menina. “Por ela ser essa luz em nossas vidas, essa menina encantadora e tão alegre, a gente passa tudo com muita tranquilidade”, diz Ana, que é funcionária pública.
E basta pouco para chegar a essa certeza. Sofia é do tipo popular, que bate-papo, conta histórias enquanto brinca com suas bonecas, tem desenvoltura pra dançar e cumprimenta os vizinhos pelo corredor do prédio onde mora. Ansiosa pela entrevista, foi receber a reportagem do EM já no elevador do edifício onde mora. E estava fantasiada e de rosto pintado. Para ela, batom é item essencial. “Adoro maquiagem”, diz, empolgada, a menina que fala com alegria sobre a festa momesca. “Carnaval é muito bom porque todo mundo fica fantasiado. Até mesmo quem não usa fantasia todo dia”, afirma a menina. Ela revelou que usa todos os seus adereços festivos, mesmo em “dias normais”. “Tenho cinco fantasias: a de oncinha, da Frozen, de joaninha, de bruxa e da Mulher Maravilha.” E até nas sessões de quimioterapia, ela vai fantasiada. “Ela é quase uma celebridade no hospital. Conversa com todos. Médicos, enfermeiros, pacientes e seus parentes, palhaços. E é também muito querida por todos”, conta a mãe.
Mas é da fantasia da Mulher Maravilha que ela mais gosta. A preferência não é à toa. Ao explicar o motivo, Sofia diz que a personagem é uma heroína, uma guerreira e tem superpoderes. “Eu também sou forte. Por isso gosto mais dessa”, diz a menina enquanto pula, corre, desfila, sorri e posa pra foto na sala de casa.
'DE MANSINHO' Jonathan não tem a mesma desenvoltura nos primeiros encontros e demora a se soltar quando conhece alguém. Foi assim quando recebeu a reportagem do EM e também quando conheceu Sofia. “Ele foi chegando de mansinho, devagar, até começar a brincar com ela. E se deram superbem. Brincaram por quase uma hora”, conta a avó materna Fabíola Prudêncio, de 44 anos, que levou o menino para aproveitar o carnaval na companhia da filha e da sobrinha, no Centro de BH. “E eu não queria ir embora”, revelou o menino, que também adora super-heróis. No domingo, estava vestido de Capitão América e recebeu o EM fantasiado de Super-Homem. “Paramos na praça (Afonso Arinos), porque ali estava mais tranquilo para ficar com criança. E conhecemos Sofia e a mãe dela por acaso. Mas eles se gostaram e ficaram brincando”, disse a avó. O pequeno é apaixonado por música e, depois de ganhar da família vários instrumentos de brinquedo (ele tem guitarra, flauta, sanfona e violão), diz ter o sonho de aprender a tocar. “Eu quero tocar na televisão”, conta Jonathan.
Para ambas as famílias, ver a foto da duplinha estampada na capa do Estado de Minas foi uma surpresa mais que agradável. “Fiquei encantada. Achei a foto linda. Admirei a sensibilidade do fotógrafo em captar aquele momento meigo”, disse Fabíola. A mãe da menina também ficou maravilhada. “Eu vi que ele estava fotografando o carnaval, mas jamais imaginei que tivesse feito aquela foto tão linda”, disse Ana, quando foi interrompida por Sofia. “Eu adorei. porque nunca tinha saído na capa do jornal. Nem mesmo de revista”.