Segundo o policial, os tumultos e crimes não são privilégio do carnaval. “Qualquer evento realizado na Savassi toma proporção acima do esperado. Vale ressaltar que o Bairro Savassi está cercada pelo Aglomerado da Serra e a (favela do) Papagaio, o que contribui para o aumento de crimes neste período”, disse.
O comerciante confirma a avaliação do comandante do policiamento de que, à noite, os perigos são maiores na Savassi. “Era bem distinto. De manhã e de tarde, frequentava a Savassi quem queria ficar numa boa, na alegria e na paz. Era só escurecer que apareciam os ‘zumbis’, aqueles grupos de 30 mal-encarados que aprontavam, tocando funk e fazendo os arrastões. Tinha também os vendedores ambulantes ilegais que trouxeram muito prejuízo para os comerciantes que pagam impostos”, reclama João, que aponta ainda prejuízos provocados por pichações na região. “Todo final de festa é mais problemático, pois as pessoas já fizeram o uso de bebidas alcoólicas por um tempo muito grande e é nessa hora que as brigas acontecem. Trabalhei na terça-feira na Savassi e posso dizer que comparando com o ano passado, tivemos menos problemas. Às vezes, as pessoas saíam correndo, mas nem sempre era um arrastão. Lógico que ocorreram arrastões, mas muito menos que no ano de 2015”, disse o major Renato Gil, que não apresentou dados estatísticos, que, segundo o policial, ainda seriam consolidados.
Um dos poucos quarteirões que escaparam de ter portas e paredes pichadas, sujas de urina e lixo foi o da Rua Antônio de Albuquerque, entre a Avenida Cristóvão Colombo e Rua Paraíba. O motivo é a contratação de seguranças particulares pelos próprios comerciantes.
Sobre as reclamações de roubos de telefones celulares, o comandante do policiamento da Savassi avalia não ser um crime exclusivo da região e diz que os registros podem ser enganosos, apesar de muitos relatos de roubos. “No carnaval, muitas pessoas, por estarem sob o efeito de bebida alcoólica, perdem celulares e documentos pessoais, mas como as empresas só fazem o ressarcimento com ocorrência de roubo, as pessoas registram perdas como roubos”, disse. “As pessoas devem seguir as dicas de proteção que a PM sempre passa e evitar fazer o uso do aparelho no meio da multidão para não virar um alvo em potencial”..