Médicos autônomos que trabalham na Santa Casa de BH decidem manter paralisação

Serviços essenciais continuam mantidos pelos médicos contratados, mas superintendente do hospital teme que novos pacientes não possam ser internados

Paula Carolina

Em reunião nesta quinta-feira, médicos atutônomos que trabalham na Santa Casa de Belo Horizonte decidiram por manter a paralisação iniciada nesta manhã.



De acordo com o superintendente da Santa Casa, Porfírio Andrade, entre as reivindicações, os médicos querem uma atualização da tabela de procedimentos médicos em 17,5%. "Isso extrapola nossa capacidade até porque envolve o Sistema Único de Saúde (SUS)", afirma Andrade. "E os médicos entendem que isso é uma negociação mais ampla, que envolve as três esferas de governo. Mesmo assim, tomaram a decisão de continuar a negociação mantendo a paralisação", continua.

O superintendente afirma que diante da decisão, muitos dos serviços que envolvem internação de pacientes, como as cirurgias eletivas, ficam suspensos. Mas lembra que a Santa Casa tem também um corpo de cerca de 400 médicos contratados, que continuam trabalhando normalmente, garantindo os serviços de urgência e emergência, do Centro de Terapia Infantil (CTI), maternidade, oncologia, entre outros considerados prioritários.

"A paralisação é somente dos médicos que trabalham de forma autônoma e atendem os pacientes de clínica médica que são internados e precisam de outros serviços como as cirurgias marcadas.
Os demais continuam trabalhando. Nossa preocupação é que, com a paralisação, à medida que pacientes forem tendo alta, não teremos como aceitar outros", acrescenta Andrade.


Segundo ele, a Santa Casa tem de 600 a 700 leitos e muitos correm o risco de ficar vazios com a paralisação dos autônomos, que são em torno de 500. Ele acrescenta que o hospital faz de 75 a 90 internações por dia. São essas, de pacientes encaminhados pelas Unidades de Pronto-Atendimento (Upas), que ficarão comprometidas. Uma assembleia dos médicos autônomos está marcada para a próxima segunda-feira.

A reportagem não conseguiu contato com o comando da paralisação.

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