O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce investirá cerca de R$ 175 milhões na recuperação da bacia, priorizando a recuperação de nascentes e projetos voltados para o saneamento. O valor será aplicado ao longo dos próximos cinco anos. “A bacia já era uma das mais degradadas do Brasil e só por isso sua revitalização já era um desafio”, pontua Leonardo Deptulski, presidente do comitê e prefeito de Colatina (ES).
O recurso virá da chamada cobrança pelo uso da água, garantida pela Lei 9.433/97 e que deu origem à Política Nacional de Recursos Hídricos. Na prática, trata-se de uma taxa paga, sobretudo, por grandes empresas pelo uso do recurso hídrico.
O Rio Doce foi o principal curso d'água atingido pelos rejeitos de minério de ferro que vazaram da Barragem do Fundão, de propriedade da Samarco, em 5 de novembro de 2015, em Mariana. De lá vazaram 32,5 milhões de metros cúbicos. Mais de 100 nascentes no entorno da cidade colonial foram soterradas no maior desastre socioambiental do Brasil.
"A calha do rio precisa de reparações a montante dos locais em que a lama passou. Por outro lado, é necessário promover a revitalização da bacia. Precisamos aumentar o volume de água limpa para o Doce e, para isso, devemos cuidar dos afluentes e de suas nascentes”, disse Deptulski.
CAMPANHA No próximo fim de semana, o comitê lançará a campanha “O Doce Não Morreu”. Cerca de 25 mil boletins informativos e três mil cartilhas educativas serão distribuídos à população.