“No fim do semestre passado surgiram uns rumores de que o batalhão ia sair, mas não foi nada muito bem explicado nem pra gente ali da PUC e nem para o pessoal do entorno. Aí, durante as férias, eles fecharam o batalhão. Até onde era a entrada fizeram uma parede de tijolos”, explica a estudante de jornalismo Ana Clara Moreira, aluna da PUC há um ano e meio. O destacamento ao qual ela se refere é a 24ª Companhia do 16º Batalhão, responsável pela área.
Há informações de que a sede da companhia seria transferida para a estação do metrô. Temerosos diante da situação, os estudantes elaboraram um abaixo-assinado direcionado à reitoria da PUC para que a instituição se mobilize em relação à PM. “Mesmo com o pessoal da PM ali tinha muito assalto, pessoal chegava até com caco de vidro. Parece que teve até caso de sequestro relâmpago uma vez.
Ana Clara também fala da importância do registro de boletins de ocorrência. “Eu acho que a gente sabe que a PM trabalha muito com essa questão de registro de boletim e tem muita gente que não faz até pelo horário. A pessoa assaltada 22h30 tem que pegar van ou ônibus, e não para pra fazer BO”, diz. “Mas o pessoal sabe como a situação ali é complicada, todo dia tem problema, queria que eles considerassem isso”, analisa.
REUNIÃO O pró-reitor da PUC São Gabriel, professor Alexandre Rezende, informa que na tarde desta sexta-feira foi visitado pelo responsável pelo policiamento no local, major Wanderson, da 24ª Companhania do 16º Batalhão da PMMG. Segundo ele, a relação da universidade com a PM sempre foi muito respeitosa, mas a saída do batalhão das proximidades não havia sido comunicada oficialmente até então. Ele confirma que a informação é de transferência para o metrô.
"O que o major me disse é que as pessoas não verão mais a movimentação das viaturas, que era aqui bem próximo, mas ele garantiu que a ronda de rotina na região continuará normalmente, sem modificação", afirma o pró-reitor. "Disse também que se houver aumento de ocorrências, em qualquer região que seja, é feito um estudo para que haja reforço no policiamento. Mas observou que a PM tem que trabalhar com uma escala de prioridades e que há um conjunto de bairros na região que também demandam patrulhamento", continua. Sobre o policiamento especificamente no entorno da universidade, o pró-reitor informa que o major também garantiu que será reforçado nos horários de entrada e saída dos alunos, em todos os turnos, especialmente nas quintas e sextas-feiras à noite, quando o índice de ocorrências é maior.
Em relação ao abaixo-assinado, o pró-reitor esclareceu que também recebeu nesta sexta-feira a estudante Ana Clara Moreira.
Em nota enviada à reportagem, o comando do Décimo Sexto Batalhão afirma que "não há alteração no policiamento executado na Região Nordeste e no Bairro São Gabriel". Ainda segundo a PM, "a mudança da sede da 24ª Companhia não implica em óbices na realização das ações policiais desencadeadas na região. Estão sendo realizadas todas as medidas preventivas para fazer frente aos delitos, como também, executadas ações de defesa social e operações policiais para reforço da segurança da comunidade. A Polícia Militar coloca-se à disposição dos cidadãos, através do telefone 190, em caso de acionamento do serviço de emergência policial ou do disque denúncia, pelo telefone 181”..