Chovia muito e faltavam menos de 10 metros para Maria Ester Ribeiro, de 59 anos, chegar a um Instituto de Pesquisa onde tinha entrevista de emprego marcada para as 17h de ontem.
O empresário Daniel Bottrel, de 40, conta que estava saindo do trabalho e encontrou várias pessoas desesperadas tentando levantar seu veículo para resgatar a mulher. “Chovia muito na hora. Muita tristeza. Uma morte sem sentido”, lamentou.
Um dos sócios do Instituto de Pesquisa, o jornalista Maurício Lara, lamentou a morte de Maria Ester, com quem havia feito contato apenas por telefone e marcou a entrevista para as 17h de ontem. “Ela chegava para uma perspectiva de trabalho como pesquisadora. Lamentavelmente, não chegou a atravessar a rua”, disse o jornalista. Segundo Lara, toda vez que chove, a enxurrada cobre os passeios. “A força da água derruba motos estacionadas e elas batem nos carros”, disse.
O ourives Ricardo Dumont Braga, de 57, mora quase em frente ao local do acidente. “Foi um momento de muita tensão. As pessoas ficaram desesperadas, tentando salvar a mulher. A água sempre cobre a calçada, derruba motos, mas tragédia mesmo, essa foi a primeira. E olha que já tivemos volumes de água maiores. Eu estava em cima do passeio, andando com segurança, e não vi a mulher. Quando eu a percebi, ela já estava debaixo carro, quietinha, possivelmente já morta”, relatou o ourives.
O homem que filmou o Outlander conta que somente depois que a chuva parou um pouco é que ele escutou as pessoas gritando na rua que havia alguém debaixo do carro. “As pessoas estavam desesperadas, tentando levantar o carro.
O capitão José Vital Duarte, do 1º Batalhão de Bombeiros Militares, conta que estava com sua equipe na Avenida Francisco Sá, no mesmo bairro, onde também havia inundação e a água entrava nas lojas. “Fomos informados pelo Centro de Operações dos Bombeiros que havia uma vítima debaixo de um veículo na Rua Diorita, supostamente afogada. Pedimos apoio do Samu e a equipe médica constatou o óbito no local”, relata o capitão. “A informação é de que ela foi derrubada pela força da água e jogada debaixo do carro ao tentar atravessar a rua. Mas, é uma suposição, pois ninguém presenciou o momento”, disse o capitão. A orientação dele é que em situações como essa a pessoa não atravesse a rua e aguarde a chuva passar em um local mais alto. Um genro de Maria Ester esteve no local do acidente.
SUSTO A Avenida Francisco Sá, também no Prado, se transformou em um verdadeiro rio e assustou comerciantes que convivem com o problema toda vez que chove muito forte. Na Rua Joaquim Murtinho, no Bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul, a água atingiu 1 metro de altura no muro das casas. .