“Quer dizer então que vamos medicalizar também a prevenção?”, questiona o médico Dirceu Grecco, contrário a abordagens como a POP, que, para a comunidade, podem induzir os usuários a relaxar no uso da camisinha, deixando-os mais expostos a outras doenças sexualmente transmissíveis. Para o ativista Diego Callisto, é preciso investir em educação aberta e em ações como a venda de camisinhas em máquinas instaladas em banheiros de universidades.
MARCAS DO PASSADO
"Levamos meses para nos relacionar sem preservativo e ele nunca me contou nada sobre sua sorologia. Senti-me traído"
André(*), de 30 anos, contraiu o HIV há 4 anos
Aos 30 anos, o funcionário público do sistema de saúde André fez uma pausa na própria vida desde fevereiro de 2012, quando descobriu ter sido contaminado com o HIV pelo seu maior amor, com quem viveu dois anos. “Até por trabalhar na saúde, sempre fui muito medroso e tinha medo de me entregar. Levamos meses para nos relacionar sem preservativo e ele nunca me contou nada sobre sua sorologia. Senti-me traído. Não suspeitei de nada quando me chamaram no posto de saúde devido a uma alteração nos resultados do exame. Exigiram que eu levasse meu companheiro e eu concluí que estava morrendo com alguma doença grave, como o câncer”, conta.
(*)Nome fictício.