O presidente do Iate Tênis Clube recebeu com surpresa o pedido da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) de desapropriação do imóvel. A medida foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial do Município (DOM) e atende à necessidade de adequação aos critérios da Unesco para que conceda o título de patrimônio cultural da humanidade à Pampulha. O organismo internacional já indicou não concederá o título se o anexo do clube que destoa do projeto do arquiteto Oscar Niemyer não for demolido.
Em entrevista coletiva, Luciano Mori afirmou que assinaria um termo de compromisso nessa segunda-feira autorizando a demolição do anexo do clube. Mesmo assim, vai aguardar a negociação com a PBH. O departamento jurídico também estuda se vai entrar com alguma medida judicial. "Estamos negociando há três anos com a prefeitura, e o Iate nunca pôs qualquer empecilho. Sabemos o que o Icomos (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios) e a Unesco querem, e nós concordamos plenamente com eles", explicou o presidente do clube.
Segundo Mori, o clube assinaria um termo de compromisso concordando com a demolição do anexo, mas queria em troca um novo local, nos perímetros do Iate, para a reconstrução.
Questionado sobre o espaço ser irregular e não pertencer ao Iate, Mori disse que o clube foi tombado pelo Iepha em 1984, pelo Iphan, em 1997, e pelo Conselho Celiberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, em 2003. "Se a construçao do anexo foi em 1970, os órgãos governamentais deveriam ter atentado para o fato e visto essa questão", comentou.
Após o pronunciamento, os dirigentes do Iate foram confrontados por sócios do clube sobre os problemas enfrentados. Atualmente, 90 funcionários trabalham no local e são cerca de 1.500 cotas, que representam aproximadamente 6 mil pessoas. "Funcionários estão preocupados, assim como o pessoal da academia (mais de mil pessoas). Noivas com casamentos marcados no salão estão preocupadas com o sonho, que parece ter acabado. Mas nós vamos lutar para que isso não aconteça", declarou Mori. "Para a PBH, o título de patrimônio imaterial da Pampulha é muito importante para esta gestão", completou..