A Polícia Federal (PF) de Varginha, no Sul de Minas, indiciou nesta terça-feira mais de 40 pessoas envolvidas na seita religiosa conhecida como “Comunidade Evangélica Jesus, a verdade que marca”, que convencia fiéis a doar bens para viver e trabalhar em fazendas no Sul do estado, sob promessa de divisão de lucros. Segundo a investigação, porém, os seguidores exerciam trabalho análogo à escravidão. Em agosto do ano passado, a PF deflagrou a operação “De volta para Canaã”, para investigar crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas, trabalho análogo à escravidão, formação de organização criminosa, aliciamento de tralhadores e outros golpes atribuídos à seita religiosa, que age desde 2005 em Minas, com ramificações em São Paulo e Bahia.
Entre os indiciados estão “laranjas” e pessoas financiadas pela seita. No ano passado, a PF cumpriu 129 mandados judiciais em Minas. Bens da comunidade avaliados em R$ 100 milhões, como fazendas e veículos, foram bloqueados para que possa haver ressarcimento das pessoas que foram vítimas e também reconhecimento e pagamento de seus direitos trabalhistas. O inquérito da PF foi encaminhado ao Ministério Público Federal em Belo Horizonte, que decidirá se oferece denúncia a um juiz federal.