De acordo com a análise do Ibama, o plano apresentado foi considerado "genérico e superficial" e "não especifica, por exemplo, as espécies da flora que foram afetadas, quantas se encontram em risco de extinção ou quantas têm distribuição restrita nos locais atingidos pela lama". O documento também não inclui a altura da lama depositada nas margens, subestima o impacto da tragédia na fauna aquática e faz uma abordagem superficial dos impactos na fauna terrestre. Para os técnicos que realizaram a avaliação, a empresa "minimiza todos os impactos ambientais da ruptura da barragem”.
A mineradora contratou a consultoria da Golder Associates para desenvolver o projeto. Segundo a empresa o plano contém informações relacionadas aos impactos já identificados e às ações recomendadas para a recuperação ambiental. A Samraco também informou que as ações constantes do plano têm sido debatidas pela Samarco com os órgãos e entidades ambientais dos governos dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.
“Trata-se de um plano robusto para restabelecer a qualidade ambiental da área afetada. O plano compreende um processo dinâmico, sob permanente revisão e aperfeiçoamento à medida que as ações evoluem. Por isso, esse plano tem uma característica adaptativa”, afirma Maury de Souza Júnior, diretor de Projetos e Ecoeficiência da Samarco.
O Plano de Recuperação Ambiental é dividido em três grandes trechos de atuação e traz, tanto as ações imediatas, já em andamento, como as ações recomendadas para cada uma das três áreas.
O segundo trecho avaliado no estudo compreende da usina de Candonga à foz do Rio Doce, no Espírito Santo, e o terceiro, a zona costeira adjacente à foz. Ainda de acordo com as informações da empresa, nessas áreas também já estão em andamento programas de monitoramento da qualidade da água e sedimentos e estudos detalhados..