“Esse problema é antigo. Tem mais de 30 anos. Esperávamos que, quando a obra foi feita, essa situação tivesse sido sanada, mas bastou uma linha de ônibus passar a circular pela Genoveva de Souza para o problema voltar a ocorrer”, reclama o diretor de relações institucionais da Associação dos Amigos e Moradores do Entorno do Estádio Independência, Adelmo Gabriel Marques.
Outros moradores também protestam e pedem a instalação de um bloqueio capaz de impedir a entrada de carros na rua, além da colocação de faixas ou placas indicativas de desvio para motoristas e passageiros da linha de ônibus. “O que acontece é que os condutores se deparam com as manilhas fechando o acesso e ou passam por outras vias e acabam se perdendo ou furam o bloqueio”, diz o aposentado Celso Nogueira de Carvalho, de 62, que mora no número 1.072 da via, bem em frente à cratera. Das quatro manilhas colocadas no local, o aposentado explica que uma é menor e é justamente ela que é retirada por quem burla a interdição. “Precisamos de uma solução urgente, ainda mais por causa das chuvas que ainda podem ocorrer. Se a rua desmoronar, seremos as maiores vítimas”, afirma.
Nos dias de jogos na Arena Independência, a situação é ainda pior. De acordo com o empresário Rodrigo Giovanni, flanelinhas empurram as manilhas, invadem a rua e cobram pelas vagas de estacionamento no local onde o tráfego está proibido. “Já chamei a BHTrans várias vezes, mas, além de eles não virem, o problema persiste.” Rodrigo conta que ele e os vizinhos é que ficam monitorando o fechamento e ficam sujeitos à agressividade de quem insiste em passar ou estacionar. O vizinho Celso Nogueira completa: “Eu e minha família já tivemos discussões e até mesmo briga com motoristas por quatro vezes”, conta.
PROJETO EM ELABORAÇÃO A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que a obra na Rua Genoveva de Souza prevê o tratamento do talude vizinho ao afundamento da pista, com consequente consolidação da encosta do local. No entanto, o projeto para as intervenções na via ainda está sendo elaborado e deve ser entregue até o fim deste mês. Ainda não há definição de quando a rua será liberada, segundo a superintendência.
O órgão informou também que ainda não foi possível definir a causa do abatimento do asfalto, pois a atual rede da Copasa permanece íntegra e não foram constatados indícios de umidade significativa no material erodido. “No entanto, suspeita-se que, no passado, quando houve um deslizamento no local, a compactação do aterro não tenha sido suficiente, o que proporcionou, com o passar do tempo e a atuação de alguns fatores externos (vazamentos de redes, infiltração de águas pluviais), um carregamento de finos que gerou a erosão e o abatimento do pavimento.
Por meio de nota, a BHTrans informou ter colocado cavaletes e faixas de pano alertando sobre a interdição da Rua Genoveva de Souza, mas que, infelizmente, tais obstáculos foram retirados. As manilhas não são utilizadas como material de sinalização pela empresa.
Vídeo mostra desrespeito de motoristas à interdição de rua. Crédito: Rodrigo Giovanni