Polícia apresenta cuidadora acusada de abusar de criança com paralisia em BH

Desconfiados do comportamento da menina e do sumiço de objetos, pais instalaram câmeras de segurança na casa e acabaram descobrindo os atos de violência contra a vítima

Andréa Silva Cristiane Silva
- Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press
A Polícia Civil apresentou, na manhã desta sexta-feira, a cuidadora Rosânia Maria Aguiar, de 51 anos, suspeita de agredir e abusar sexualmente de uma menina de 5 anos, com paralisia cerebral, no Bairro Jatobá IV, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. A família descobriu o caso após instalar câmeras escondidas no quarto. A delegada Iara França, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente Barreiro (Depca), forneceu mais detalhes sobre o caso.

A criança não apresentava qualquer deficiência até ser vítima de um erro médico, quando tinha 1 ano e meio, ficando 12 minutos sem respirar. Desde então, o plano de saúde responsável pelo procedimento que gerou o problema fornece acompanhamento 24 horas para a criança. A menina respira com ajuda de traqueostomia e recebe alimentação por sonda. Ela não fala e não anda.Três cuidadoras, de uma empresa terceirizada pelo plano de saúde, se revezavam nos cuidados com a menina em escala de plantão, entre elas, Rosânia.

Segundo a delegada Iara França, antes do Natal a família notou hematomas no corpo da menina, além de um comportamento arredio.
Os pais também já haviam reclamado do sumiço de alguns objetos da casa, como peças de roupa. Eles chegaram a procurar a Polícia Militar para denunciar o caso, mas os policiais disseram que eles precisariam de provas, caso contrário seria a palavra deles contra a das funcionárias. Em contato com a Polícia Civil, foi sugerida a instalação de câmeras que revelassem o que se passava no local. No primeiro dia de filmagem, os equipamentos flagraram uma série de agressões e abusos contra a criança.

Veja imagens das agressões


Nas quatro horas de gravação, Rosânia dá tapas, sacode a criança ao recolocar a mangueira da traqueostomia e é vista tocando as partes íntimas da vítima. Conforme a delegada Iara, a Polícia Civil analisou as imagens e um perito foi até a residência da família, constatando que não havia possibilidade de a criança ter se autoflagelado, por causa dos problemas para se movimentar. O caso foi encerrado em 21 de janeiro, quando foi solicitada a prisão preventiva da mulher.

Depois que o caso veio à tona, o plano de saúde contratou outra empresa para prestar assistência médica à criança, mas manteve as outras duas cuidadoras que já acompanhavam a menina.

Durante a apresentação, Rosânia negou os abusos sexuais, mas caiu em contradição várias vezes, e disse que a mãe da menina maltratava as cuidadoras. Ainda conforme a Polícia Civil, Rosânia pode responder por estupro de vulnerável e furto.

Em nota, a Unimed informou que uma equipe, integrada por médicos e outros profissionais de saúde da cooperativa, está em contato permanente com a família e acompanha a rigorosa apuração dos fatos. A técnica de enfermagem, que atuava em serviço credenciado para o atendimento, foi imediatamente afastada de suas funções, de acordo com a empresa. Segundo a Unimed, toda a assistência adequada ao quadro clínico da criança segue normal.
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