O inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar as causas do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana na Região Central de Minas Gerais, foi concluído nesta segunda-feira. A tragédia, considerada a maior do país, deixou 17 mortes, dois desaparecidos, e 725 pessoas desabrigadas. Nesta etapa da investigação, foram apurados os homicídios, delitos de perigo comum e contra a saúde pública. Os resultados serão divulgados nesta terça-feira durante entrevista coletiva na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A conclusão das investigações sobre a tragédia foi adiada por três vezes a pedido da Polícia Civil. O primeiro inquérito foi aberto em 6 de novembro, um dia depois do rompimento da barragem. Por causa da complexidade das investigações, o inquérito foi desmembrado. O segundo procedimento apura os crimes ambientais e licenciamentos da barragem.
O resultado das investigações não foi informado pela Polícia Civil. Nesta terça-feira, a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegada Andrea Vacchiano, o delegado regional de Ouro Preto e responsável pelo inquérito, Rodrigo Bustamante, e o perito criminal Otávio Guerra, responsável pelo laudo técnico da causa do rompimento, vão apresentar os detalhes, às 14h30, na ALMG.
A tragédia também é investigada pela Polícia Federal (PF). No fim do mês passado, o Estado de Minas revelou, com exclusividade, que o relatório da PF aponta "dolo eventual" - quando se assume o risco, mesmo sem intenção de que o crime aconteça - da Samarco, proprietária da barragem, na tragédia de Mariana. A polícia já responsabilizou seis funcionários da mineradora, incluindo o presidente afastado, Ricardo Vescovi.
As apurações estão em curso. Na última semana, equipes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em escritórios da empresa Samarco, dona da Barragem do Fundão. A ação ocorreu em Mariana, em Anchieta, no Espírito Santo, e na casa de um engenheiro da empresa. As buscas fazem parte do inquérito que investiga os danos ambientais causados pelo rompimento..