Uma operação da Polícia Militar conseguiu impedir mais uma vez a realização de um baile funk clandestino conhecido como “Segunda sem lei” na Praça do Papa, um dos cartões-postais mais frequentados por turistas em Belo Horizonte, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul. O evento, que era organizado pelas redes sociais, ocorria toda segunda-feira. No início do mês, um casal morreu em uma dessas festas. Há suspeita de que os jovens tenham sido vítimas de espancamento.
A operação da PM começou por volta das 18h desta segunda-feira. Uma grande blitz de trânsito foi montada na Avenida Agulhas Negras. Às 22h30, quatro motos e três veículos irregulares já haviam sido apreendidos e rebocados. De acordo com o sargento Laurêncio Santos da Silva, do Batalhão de Trânsito, muitos frequentadores da festa deixaram seus carros estacionados nas imediações da Praça da Bandeira e tentaram subir a pé para a Praça do Papa, mas desistiram quando perceberam a presença da PM. Três pessoas foram presas por porte e uso de drogas.
Na Praça do Papa, carros e motos da PM ficaram posicionados em vários pontos. Veículos eram parados e revistados. Cães farejadores também foram usados, em busca de drogas. Segundo o sargento Laurêncio, operações da Lei Seca vêm sendo feitas na região a partir das noites de sexta-feira.
Um jovem de 18 anos, que é inabilitado, dirigia um Idea e teve o carro retido. O veículo pertence à mãe do passageiro, de 23. Os dois saíram do Bairro Maria Goretti, na Região Nordeste, para ir ao baile funk, segundo a PM. Um casal que estava em um Siena rebaixado também teve o carro apreendido. O veículo foi revistado, mas o motorista, que mora no Bairro Liberdade, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, disse aos PMs que não tinha droga, embora admitisse que já havia “quebrado um baseado” antes de sair de casa.
Segundo o sargento Laurêncio, essa foi a terceira segunda-feira que a PM conseguiu impedir o baile funk. No último domingo, moradores do Mangabeiras deram um abraço simbólico na Praça do Papa contra a violência. De mãos dadas, eles formaram um círculo em torno do cruzeiro pedindo ações mais efetivas contra a violência que culminou com a morte do casal no início do mês..