Morte em Alfenas é a quarta da estação chuvosa em Minas

João Henrique do Vale
Estragos levaram Prefeitura de Alfenas a decretar estado de emergência - Foto: Prefeitura de Alfenas/Divulgação
Minas Gerais registrou no domingo a quarta morte associada à temporada de chuvas. Em Alfenas, no Sul de Minas, Renata Camilo da Silva, de 33 anos, que estava grávida de três meses, morreu eletrocutada durante um temporal. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) já solicitou o laudo de necrópsia ao Instituto Médico Legal (IML), pois depende do documento para incluir o caso em seu balanço de vítimas da estação chuvosa, que já tem dois óbitos e outro com confirmação pendente, este ocorrido em Belo Horizonte.

A primeira vítima da chuva neste ano morreu em Montes Claros, Norte de Minas. Segundo testemunhas, Antônio Luiz Alves Júnior, de 30 anos, foi arrastado pela enxurrada em 23 de novembro, quando tentava impedir que sua motocicleta fosse levada. Segundo o laudo de necrópsia, a causa da morte foi afogamento. O segundo a morrer vítima da chuva, segundo a Cedec, foi o fotógrafo Flávio Soares de Oliveira, de 37, morador da capital. Flávio passeava com um grupo de pessoas pela Serra do Rola Moça, na região metropolitana, quando foi atingido por um raio. Morreu por parada cardiorrespiratória, segundo o laudo
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A Cedec ainda aguarda o laudo do IML de Belo Horizonte para confirmar se Maria Ester Ribeiro, de 59 anos, também foi uma vítima da chuva.
Na tarde do último dia 13, ela teria sido arrastada pela enxurrada na Rua Diorita, no Bairro Prado, Região Oeste de capital, e sofreu parada cardiorrespiratória depois de ficar presa debaixo de um carro. De acordo com o último boletim da Cedec, atualizado na manhã de ontem, os temporais já deixaram 9.446 pessoas desalojados, outras 2.786, desabrigados e dez feridas. Foram registrados danos em 4.197 casas, 341 residências e 217 pontes destruídas.

Alfenas decretou estado de emergência depois do temporal de domingo, que, além da morte, causou quedas de árvores, de muros e danos à rede elétrica, o que deixou várias famílias sem energia. O decreto, porém, ainda não foi incluído no balanço diário divulgado pela Cedec. Minas tinha até ontem 37 municípios que pediram ajuda ao governo estadual por causa dos estragos no período chuvoso 2015/2016.

A mulher que morreu eletrocutada na cidade do Sul de Minas foi atingida por um fio de alta-tensão que se rompeu com a chuva. O marido dela, Reginaldo André de Souza, de 24, ficou gravemente ferido. O temporal acompanhado de granizo começou por volta das 15h30 de domingo e durou aproximadamente 20 minutos. Tempo suficiente para alagar uma unidade de saúde e uma central de distribuição de medicamentos. Famílias também ficaram desalojadas. Segundo a prefeitura, a Polícia Militar registrou mais de 70 chamados da Defesa Civil e os bombeiros receberam mais de 30 chamados.

Desde a tarde de domingo, diversos órgãos ligados à prefeitura estão fazendo levantamento para detectar os prejuízos. O prefeito Maurílio Peloso adiantou que houve danos ao asfalto, em pontes, estradas rurais, equipamentos e prédios públicos. O decreto de emergência deve vigorar por 180 dias..