As investigações começaram em 2012, quando a PBH desconfiou do desvio de medicamentos na farmácia. De acordo com a PF, a mulher, que não teve o nome divulgado, conseguiu uma forma de burlar o software que registrava as entradas e saídas de medicamentos, que eram usados para abastecer Centros de Saúde e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da capital. Ela duplicava o registro de saída dos remédios e os desviava.
O marido da mulher ajudava no transporte. Ele seguia em um veículo até a farmácia, onde o carregamento era feito. Em seguida, levava a carga até um atravessador. Os medicamentos eram guardados em uma farmácia em Ibirité, na Grande BH, que os distribuía para quatro filiais em Ribeirão das Neves.
As movimentações ocorriam em cinco Farmácias Distritais, no Barreiro, Norte, Venda Nova, Oeste e Leste. O que chamou a atenção dos investigadores, foi que, nessas farmácias, os medicamentos estavam sendo retirados do estoque para serem destinados ou a hospitais que não integram a rede municipal de saúde ou às respectivas Gerências de Distritos Sanitários, que possuem funções exclusivamente administrativas, sem qualquer contato com a população.
As investigações apontaram que o golpe durou quatro anos. As penas para os crimes imputadas aos acusados, somadas, podem ir de quatro a até 28 anos de prisão. .