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Estado de Minas

Pedidos de prisões são equivocados, diz Samarco sobre indiciamento da Polícia Civil

A Polícia Civil indiciou seis funcionários da mineradora e um da consultoria VogBR por homicídio com dolo eventual, inundação e poluição de água potável


postado em 23/02/2016 19:04 / atualizado em 23/02/2016 21:18

A Samarco, responsável pela Barragem do Fundão, que se rompeu em 5 de novembro, deixando 17 mortos e dois desaparecidos, vai aguardar a Justiça se posicionar sobre o pedido de prisão da Polícia Civil contra seis funcionários da empresa e um da consultoria VogBR para recorrer da decisão. A mineradora considerou o resultado do inquérito, que indiciou os envolvidos por homicídio qualificado, inundação e poluição de água potável, como "equivocado".

“A empresa analisará cuidadosamente as conclusões apresentadas pela Polícia Civil em audiência pública, hoje na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e reitera que continua colaborando com as autoridades competentes”, explicou por meio de nota no início da noite desta terça-feira.

A conclusão das investigações sobre a tragédia foi adiada por três vezes a pedido da Polícia Civil. O primeiro inquérito foi aberto em 6 de novembro, um dia depois do rompimento da barragem. O documento com as conclusões da tragédia tem 13 volumes, com 2.432 páginas. Foram colhidos aproximadamente 100 depoimentos de testemunhas e envolvidos diretamente na tragédia. Os resultados foram apresentados pela chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegada Andrea Vacchiano, o delegado regional de Ouro Preto e responsável pelo inquérito, Rodrigo Bustamante, e o perito criminal Otávio Guerra, responsável pelo laudo técnico da causa do rompimento.

Foram indiciados por homicídio com dolo eventual, inundação e poluição de água potável seis pessoas ligadas a Samarco, e um funcionário da VogBR. O presidente licenciado da empresa, Ricardo Vescovi de Aragão, o diretor-geral de operações, Kléber Luiz de Mendonça Terra, que também está afastado, o gerente-geral de projetos, Germano Silva Lopes, gerente de Operações, Wagner Milagres Alves, coordenador técnico de Planejamento e Monitoramento, gerente de Geotecnia e Hidrogeologia, coordenadora de Operações de Barragens, Daviely Rodrigues da Silva, e o engenheiro responsável pela declaração de estabilidade da Barrragem do Fundão, da empresa VogBr, Samuel Santana Paes Loures.

Devido à complexidade das investigações, o inquérito foi desmembrado. O segundo procedimento apura os crimes ambientais e licenciamentos da barragem. O prazo para a conclusão termina em 12 de março. Por isso, outras pessoas podem ser incluídas no indiciamento e outros crimes podem ser atribuídos aos indiciados.

A Samarco afirmou que desde o rompimento da barragem, a empresa e suas acionistas (Vale e BHP Billiton) “iniciaram uma investigação externa com uma empresa de renome internacional, com a participação de profissionais de diversas áreas, como engenheiros geotécnicos, geólogos, engenheiros especialistas em mecânica de solos e fluidos, além de especialistas em sismologia”.


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