A infecção por zika durante a gestação não significa, necessariamente, que os bebês vão nascer com microcefalia. Do total de grávidas infectadas, quatro vivem em Coronel Fabriciano, duas em Juiz de Fora e duas em Montes Claros. BH contabiliza um caso. A realização de exames para diagnóstico laboratorial do zika em Minas Gerais pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), no início deste mês, agilizou a confirmação das ocorrências em gestantes no estado.
Outro dado preocupante na epidemia de doenças relacionadas ao Aedes aegypti é a investigação de 31 óbitos por suspeita de dengue.
Em Belo Horizonte, segundo dados do último balanço de dengue divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, são mais de 2.916 casos de dengue confirmados. A corrida por atendimentos nas unidades de pronto-atendimento (UPAs) e centros de saúde da capital elevou a demanda em função de suspeitas de dengue, zika e chikungunya em 40% nas UPAs localizadas nas áreas de maior incidência dos casos suspeitos e em 25% nas demais unidades. Entre as estratégias para desafogar o serviço e dar agilidade ao atendimento, os pacientes da UPA Venda Nova receberam um Centro de Atendimento a Pacientes com Dengue, com cinco clínicos.
Também já está funcionando, desde a noite da última sexta-feira, a Unidade de Reposição Volêmica (URV) da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para hidratação de pacientes com casos mais complicados de dengue. A sala fica no segundo andar da UPA Odilon Behrens e recebe pacientes que perderam muito líquido por conta de sintomas como diarreia e vômito e precisam de uma reidratação venosa para se recuperarem mais rápido. “Para chegar aqui, o paciente é admitido em qualquer unidade de saúde ou em uma UPA. Se o médico definir que ele precisa se reidratar, é candidato a vir pra cá”, afirma a médica Paula Martins, membro do Colegiado de Urgência da Secretaria Municipal de Saúde.
PACIENTES Ontem, uma das pacientes que ocupava um dos 40 leitos disponíveis era a auxiliar administrativa Sarah Carolina Marques, de 28 anos. A saga da jovem começou na terça-feira da semana passada, quando sentiu as primeiras dores no corpo, nas articulações, nos olhos e teve febre alta. Em atendimento na UPA Pampulha, tomou analgésico, se hidratou e aliviou os sintomas. Porém, na quinta-feira, a situação ficou pior. “Tive diarreia, vômito e sangramento no nariz e na boca.
Outra paciente que precisou de reidratação na veia e por isso foi encaminhada à URV da UPA Odilon Behrens é a comerciante Maib Luciana Gonçalves de Oliveira, de 33, moradora de Contagem, na Grande BH. “No sábado, stava ardendo em febre e resolvi procurar a UPA Pampulha, em BH. Acabei dormindo no chão, dividindo um papelão com a Sarah, e fui transferida para essa unidade. Acho que só de chegar aqui já melhorei”, afirma. Segundo a médica Paula Martins, a unidade tem capacidade de expansão para até 100 atendimentos simultâneos. Os pacientes mais debilitados ficam em macas.