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Estado de Minas

Juiz de Fora registra pior epidemia de dengue da história e maior número de mortes no estado

Município tem 2.553 diagnósticos confirmados. Para a secretária de Saúde de Juiz de Fora, as condições climáticas, com chuva e calor, e a pouca adesão dos moradores à luta contra o Aedes aegypti aparecem como causa para o quadro


postado em 24/02/2016 06:00 / atualizado em 24/02/2016 07:59

Sistema de Comando de Operação define ações de cada órgão envolvido na mobilização contra a dengue(foto: Leonardo Costa/Tribuna de Minas)
Sistema de Comando de Operação define ações de cada órgão envolvido na mobilização contra a dengue (foto: Leonardo Costa/Tribuna de Minas)
Juiz de Fora vive a pior epidemia de dengue de sua história, segundo a Secretaria de Saúde da cidade da Zona da Mata. Nas seis primeiras semanas do ano, foram 2.553 casos confirmados e sete óbitos, de acordo com o último levantamento do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, apesar de balanço parcial da Secretaria de Estado da Saúde registrar oficialmente, até agora, três mortes no município – além de três em Belo Horizonte, uma em Divinópolis, no Centro-Oeste do estado, e outra em Patrocínio, no Alto Paranaíba. Segundo a secretária de Saúde de Juiz de Fora, Elizabeth Jucá, as condições climáticas, com chuva e calor, e a pouca adesão dos moradores à luta contra o Aedes aegypti aparecem como causa para o quadro.


Todas os casos de morte, segundo a secretária, são mulheres idosas com doenças associadas, como diabetes, hipertensão ou insuficiência respiratória. A exceção entre os casos é o de uma menina de 13 anos. Uma moradora de Cataguases e outra de Bicas também estão na lista de óbitos registrados pelo município. A secretária, no entanto, faz um alerta para a identificação de focos dentro das residências. “Recebi a informação de que foram encontrados focos dentro das casas duas pessoas que faleceram vítimas da dengue. Hoje, 80% dos criatórios estão nas moradias”, conta. A constatação foi feita depois da realização de um bloqueio da casa das vítimas, em um raio de 100 metros, para identificação de focos.

Para Elizabeth Jucá, a população ainda não tomou consciência de que também precisa entrar no que chama de “guerra contra a dengue”. “Estamos fazendo reuniões com a sociedade civil organizada para ampliar a mobilização. Chamamos síndicos, diretores de escola e associações de bairro para vencer essa batalha”, conta. Com situação de emergência decretada desde 26 de janeiro, devido à infestação do vetor da dengue, zika e chikungunya, o município informou que investe em ações de conscientização e outras iniciativas.

O decreto, que tem validade de 180 dias, viabilizou o aumento no número de agentes dedicados ao combate de focos do mosquito. “No total, são 150 agentes de endemia nas ruas, além de outros 50 novos servidores e 70 militares do Exército em campo”, conta a secretária. Além de um comitê de enfrentamento de epidemias, que funciona desde o fim do ano passado, a cidade recebeu esta semana uma espécie de sala de operações, batizada de Sistema de Comando de Operação (SCO), que define as ações de cada uma das secretarias envolvidas na mobilização.

Outra ação, que segundo Elizabeth Jucá tem surtido efeito, é o disque-dengue, pelo qual moradores registram denúncias de locais com focos do mosquito, que posteriormente são visitados pelos agentes. Um centro de hidratação com funcionamento 24 horas e a distribuição de kits de hidratação de 48 horas para os casos de dengue leve ou para aqueles em que o paciente já tenha recebido alta também estão sendo distribuídos.

Vacina estreia nas Filipinas

A Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da farmacêutica francesa, começou ontem a oferecer vacinas contra a dengue nas Filipinas, tornando o país o primeiro do mundo a contar com a opção. A empresa garante ter capacidade para produzir 100 milhões de doses por ano. Em dezembro, as Filipinas foram o segundo país a aprovar o uso da vacina, após o México, que ainda não comercializa o produto. Desde então, Brasil e El Salvador também aprovaram o uso, que promete cobrir as quatro variantes do vírus. A vacina, que será vendida com o nome de Dengvaxia, pode ser aplicada em pessoas de 9 a 45 anos e levou duas décadas para ser desenvolvida.  São necessárias três doses, uma a cada seis meses, para proteger contra a doença, doença endêmica na Ásia, que registra 70% dos casos do mundo.


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