A ação aconteceu na última quarta-feira. Raimunda tomou um tiro na barriga e morreu antes de ser socorrida. O marido dela, Geraldo Paulino dos Santos, de 73, acabou preso, assim como o neto deles, Charliano Moreira Dias, e o amigo, João Carlos Vieira. Na confusão, um tenente foi esfaqueado na axila e um cabo levou um tiro na boca.
Segundo a Polícia Militar, viaturas com policiais à paisana e fardados seguiram no início da manhã para a propriedade rural no distrito de Frei Serafim para cumprir o mandado de prisão expedido contra Charliano e João Carlos. A PM informou que recebeu várias denúncias anônimas de que o neto de Raimunda e Geraldo e um dos amigos deles estavam escondidos no local e mobilizou equipes para prender os suspeitos. As viaturas, de acordo com a corporação, foram posicionadas cercando toda a propriedade, para impedir que os suspeitos fugissem.
Assim que os policiais entraram na propriedade, segundo versão apresentada pela PM, o idoso se armou com uma espingarda e atirou por uma fresta da porta, acertando o rosto do cabo. Na sequência, o idoso saiu da casa com uma faca na mão e foi para cima do tenente, golpeando-o embaixo do braço. A PM conseguiu imobilizar o idoso, mas a mulher dele foi para cima dos policiais com a espingarda na mão e acabou tomando um tiro na barriga. Na propriedade, a PM apreendeu armas, munições e o facão que feriu o tenente.
Os três procedimentos abertos pela Ouvidoria de Polícia de Minas Gerais serão apurados junto à Corregedoria da Polícia Militar (PM), outro na Promotoria de Direitos Humanos e um terceiro na Promotoria de Controle Externo da Ação Policial de Itambacuri. O ouvidor Paulo Alkimim solicitou documentos e informações sobre o cumprimento de mandado. “Consideramos o fato lamentável, tendo em vista que a ação violou o artigo quinto da Constituição, inciso XI, e o artigo 24 do Código do Processo Penal, que deixam muito claro que buscas domiciliares devem ser executadas durante o dia”, afirmou. .