Com o diagnóstico de zika em mãos, pelo menos 14 gestantes permanecerão em alerta em Minas Gerais. Depois da confirmação laboratorial de infecção pelo vírus em grávidas, divulgada no último balanço epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o próximo passo é o monitoramento da secretaria junto ao serviço assistencial dos municípios de residência das gestantes, que serão acompanhadas pelos serviços de referência em pré-natal de alto risco. Do total de grávidas infectadas, quatro estão em Coronel Fabriciano (Vale do Rio Doce), duas em Montes Claros (Norte) e duas em Juiz de Fora (Zona da Mata). BH contabiliza um caso, assim como Sete Lagoas (Central), Ubá (Zona da Mata), Uberlândia (Triângulo), Pingo D’Água (Vale do Rio Doce) e Ferros (Central).
Para atender a esses casos, as unidades regionais de saúde estarão em contato com os municípios para adoção do Protocolo de Acompanhamento recomendado pelo Ministério da Saúde. Em Coronel Fabriciano, onde estão concentrado a maioria das ocorrências, a prefeitura informou que está assegurada à gestante apoio psicossocial, além de consulta com médico infectologista da rede municipal e obstetra do pré-natal de alto risco. Em Belo Horizonte, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as gestantes com confirmação de infecção pelo zika serão encaminhadas para acompanhamento no Hospital Odilon Behrens (HOB) durante a gestação.
Após o parto, caso a criança apresente algum problema neurológico, inclusive microcefalia, ela será acompanhada no Odilon Behrens e no Centro de Treinamento e Referência em Doenças Infectocontagiosas e Parasitárias (CTR/DIP) Orestes Diniz, também em Belo Horizonte. Em Montes Claros, onde há dois casos, também há garantia de atendimento prioritário na realização dos exames e acompanhamento do pré-natal. A assistência às gestantes ficará a cargo da Secretaria Municipal de Saúde, cabendo ao estado viabilizar apoio e orientações ao município.
A realização do pré-natal de alto risco na rede de referência vai garantir um atendimento mais próximo e permitirá maior acesso a informações sobre idade gestacional e possíveis impactos aos fetos. A ginecologista e obstetra da Maternidade Odete Valadares, coordenadora do Núcleo de Ensino e Pesquisa da Maternidade e especialista em reprodução humana, Flávia Ribeiro, explica que este tipo de acompanhamento conta com equipe multidisciplinar, incluindo obstetras, clínicos, cardiologistas e pediatras para que seja possível fazer uma discussão conjunta e seguir os protocolos.
O pré-natal de alto risco, segundo a médica, pode ter como uma de suas características um intervalo menor entre as consultas, dependendo da idade gestacional e do risco. No entanto, a obstetra lembra que, mesmo sendo verificada a microcefalia durante a gravidez, o controle gestacional não é alterado. “Se existe uma alteração morfológica, uma microcefalia, o prognóstico fetal só é definido depois do nascimento”, esclarece a especialista. Ela lembra o caso de um bebê diagnosticado com microcefalia na gestação e que, após o nascimento, não teve a condição confirmada.
O medo de contrair zika eleva a preocupação entre gestantes sem o diagnóstico. A faxineira Camila Gonçalves, de 26 anos, que está grávida de sete meses, procurou a Maternidade Odete Valadares, em BH, depois de ter sintomas semelhantes ao da dengue. “Tive muita dor nas articulações e dor de cabeça. Só não tive as manchas vermelhas”, afirma. A possibilidade de contrair dengue ou zika preocupa a gestante, que se protege usando repelente e tomando muita água. “Grávidas já ficam muito sensíveis e preocupadas. Prefiro não me informar muito sobre a zika para não sofrer.”
ANSIEDADE A ginecologista e obstetra Adriana Scavuzzi, coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), hospital de referência de Recife envolvido no acompanhamento de gestantes e de crianças nascidas com a malformação congênita, reforça a necessidade de as grávidas infectadas por zika procurarem a rede de referência para realizar o monitoramento do crescimento do feto. Ela destaca que nem todos os bebês terão microcefalia. “Ainda não é possível dizer a porcentagem de bebês que vão ter o acometimento, mas com certeza não é 100%”, diz.
Para a especialista, essa é uma questão que envolve ansiedade, com muitas possibilidade e poucas respostas. “Nesses casos a principal recomendação é de que haja um acompanhamento ultrassonográfico mais detalhado”, reforça Adriana. Outro ponto de atenção é a realização dos exames após o nascimento do bebê, como a medição do perímetro cefálico e tomografia computadorizada, para identificação de alterações internas no cérebro. “O ultrassom é uma forte suspeita, mas somente depois desses exames, com a criança nascida, é que temos o caso confirmado ou descartado.”
Para atender a esses casos, as unidades regionais de saúde estarão em contato com os municípios para adoção do Protocolo de Acompanhamento recomendado pelo Ministério da Saúde. Em Coronel Fabriciano, onde estão concentrado a maioria das ocorrências, a prefeitura informou que está assegurada à gestante apoio psicossocial, além de consulta com médico infectologista da rede municipal e obstetra do pré-natal de alto risco. Em Belo Horizonte, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as gestantes com confirmação de infecção pelo zika serão encaminhadas para acompanhamento no Hospital Odilon Behrens (HOB) durante a gestação.
Após o parto, caso a criança apresente algum problema neurológico, inclusive microcefalia, ela será acompanhada no Odilon Behrens e no Centro de Treinamento e Referência em Doenças Infectocontagiosas e Parasitárias (CTR/DIP) Orestes Diniz, também em Belo Horizonte. Em Montes Claros, onde há dois casos, também há garantia de atendimento prioritário na realização dos exames e acompanhamento do pré-natal. A assistência às gestantes ficará a cargo da Secretaria Municipal de Saúde, cabendo ao estado viabilizar apoio e orientações ao município.
A realização do pré-natal de alto risco na rede de referência vai garantir um atendimento mais próximo e permitirá maior acesso a informações sobre idade gestacional e possíveis impactos aos fetos. A ginecologista e obstetra da Maternidade Odete Valadares, coordenadora do Núcleo de Ensino e Pesquisa da Maternidade e especialista em reprodução humana, Flávia Ribeiro, explica que este tipo de acompanhamento conta com equipe multidisciplinar, incluindo obstetras, clínicos, cardiologistas e pediatras para que seja possível fazer uma discussão conjunta e seguir os protocolos.
O pré-natal de alto risco, segundo a médica, pode ter como uma de suas características um intervalo menor entre as consultas, dependendo da idade gestacional e do risco. No entanto, a obstetra lembra que, mesmo sendo verificada a microcefalia durante a gravidez, o controle gestacional não é alterado. “Se existe uma alteração morfológica, uma microcefalia, o prognóstico fetal só é definido depois do nascimento”, esclarece a especialista. Ela lembra o caso de um bebê diagnosticado com microcefalia na gestação e que, após o nascimento, não teve a condição confirmada.
O medo de contrair zika eleva a preocupação entre gestantes sem o diagnóstico. A faxineira Camila Gonçalves, de 26 anos, que está grávida de sete meses, procurou a Maternidade Odete Valadares, em BH, depois de ter sintomas semelhantes ao da dengue. “Tive muita dor nas articulações e dor de cabeça. Só não tive as manchas vermelhas”, afirma. A possibilidade de contrair dengue ou zika preocupa a gestante, que se protege usando repelente e tomando muita água. “Grávidas já ficam muito sensíveis e preocupadas. Prefiro não me informar muito sobre a zika para não sofrer.”
ANSIEDADE A ginecologista e obstetra Adriana Scavuzzi, coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), hospital de referência de Recife envolvido no acompanhamento de gestantes e de crianças nascidas com a malformação congênita, reforça a necessidade de as grávidas infectadas por zika procurarem a rede de referência para realizar o monitoramento do crescimento do feto. Ela destaca que nem todos os bebês terão microcefalia. “Ainda não é possível dizer a porcentagem de bebês que vão ter o acometimento, mas com certeza não é 100%”, diz.
Para a especialista, essa é uma questão que envolve ansiedade, com muitas possibilidade e poucas respostas. “Nesses casos a principal recomendação é de que haja um acompanhamento ultrassonográfico mais detalhado”, reforça Adriana. Outro ponto de atenção é a realização dos exames após o nascimento do bebê, como a medição do perímetro cefálico e tomografia computadorizada, para identificação de alterações internas no cérebro. “O ultrassom é uma forte suspeita, mas somente depois desses exames, com a criança nascida, é que temos o caso confirmado ou descartado.”